15/03/2015 08h29
Afirmação é da relatora Najat Maalla M'jid, especialista em venda de menores, pornografia e prostituição infantil; Brasil discursa na sessão e diz que usa eventos esportivos para conscientizar sobre combate ao problema.
Mais do que nunca, as crianças correm risco de serem exploradas sexualmente ou traficadas, segundo a relatora especial da ONU sobre venda de menores, prostituição e pornografia infantil.
Najat Maala M'jid apresentou seu relatório ao Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, e apelou por uma resposta global a esses crimes, que segundo ela, estão aumentando.
O documento reflete os seis anos de trabalho dela como relatora especial e traz um balanço do seu mandato.
A relatora afirma que no mundo todo, "milhões de meninas e meninos são vítimas de exploração sexual", apesar do tema ter ganhado maior visibilidade nos últimos anos.
Após a apresentação do relatório, a representação do Brasil em Genebra fez seus comentários sobre o tema, afirmando ser de alta prioridade para o país a proteção dos direitos das crianças.
Foi citado o uso de eventos esportivos para aumentar a conscientização sobre trabalho infantil, violência sexual e exploração de menores.
Segundo a relatora Maala M'jid, cresce a quantidade de pornografia disponível na internet, as crianças vítimas são cada vez mais novas e as imagens ainda mais "horrorosas".
A especialista alertou para o aumento da venda e do tráfico de menores para fins sexuais, do turismo sexual infantil e da exploração online.
Maala M'jid nota que a verdadeira extensão do problema não é clara, porque as leis não são adequadas e faltam dados confiáveis sobre o assunto.
De acordo com a relatora, outros problemas dificultam uma análise completa dos crimes, como a natureza clandestina da exploração infantil, o medo de represálias, o estigma e a impunidade.
Maala M'jid ressalta que com as novas tecnologias, o acesso a crianças de qualquer parte do mundo está mais fácil e com isso, aumenta a exploração.
A relatora sobre o tema lembra que esses crimes causam consequências físicas e psicológicas de longo prazo para as vítimas. Ao Conselho de Direitos Humanos, ela falou que é preciso se fazer muito mais para a proteção, reabilitação e reintegração das crianças.
Maala M'jid quer uma resposta global, por meio de um rede legal de cooperação internacional para prevenir e combater esses crimes.
Outra sugestão envolve o setor privado e responsabilidade social entre servidores de internet, empresas de telecomunicação, indústria do turismo, veículos de mídia e instituições financeiras.(Rádio ONU em Nova York)