Frango vivo x boi em pé: a pior relação de preços em três anos

19/03/2015 13h00

Pode não parecer. Mas ainda que por diferença mínima, o frango vivo vem apresentando evolução de preço melhor que a do boi em pé. Pelo menos em relação ao preço inicial do ano.

O boi, até a última sexta-feira, era negociado por valor 1,39% superior ao primeiro preço de 2015. Já o frango vivo – que no sábado, 14, completou 30 dias a R$2,40/kg – está com um valor 2,13% maior que o alcançado na abertura do ano.

Mas a possível vantagem do frango cessa aí. Porque, em 2015, o frango registra a pior relação de preços dos últimos três anos com o boi em pé.

É verdade que o resultado alcançado em 2013 não foi ocorrência natural. À época, pressionada pelos altos custos das matérias-primas, a avicultura foi forçada a reduzir significativamente o volume produzido.

Como efeito da menor disponibilidade, o frango vivo experimentou fortíssima valorização (+77% em relação a idêntico período anterior), enquanto o boi, mantendo o comportamento típico do período de safra da carne bovina, registrava ligeira desvalorização.

Justificável, pois, que nos primeiros 70 dias do ano o frango vivo fosse negociado, na média, por valor correspondente a 44,2% o preço do boi em pé, algo que não era registrado há tempos.

Em 2014, regularizados abastecimento e preço das matérias-primas, a produção voltou a crescer. O efeito direto foi a estagnação dos preços do frango que, portanto, se desvalorizou em relação ao ano anterior.

Enquanto isso o boi em pé – agora em situação atípica para o período de safra da carne bovina – tinha seus preços valorizados. Resultado: o frango passou a valer, na média, cerca de 31% da cotação alcançada pelo boi em pé.

Em 2015 essa relação se encontra, na média, em 24,32%. É, portanto, o mais baixo resultado dos últimos três anos.

Que reflete, sim, a forte valorização experimentada pelo boi e a carne bovina nos dois últimos anos. Mas que embute, também, significativa desvalorização do frango de 2014 para cá.

Afinal – sem levar em conta, ainda, a inflação acumulada no período - seu preço vem sendo cerca de 20% inferior ao registrado dois anos atrás. E os custos, desde então, não retrocederam, bem ao contrário. (Avisite)