24/03/2015 10h01
As grandes parcerias com as universidades e que deram origem ao Ipef,Sif,Fupef,Embrapa Florestas, dentre outras instituições, para muitos, foi a base fundamental para o sucesso da silvicultura no Brasil.
A silvicultura brasileira tem uma ligação muito estreita com os grandes empreendimentos industriais. Aliás, o extraordinário desenvolvimento científico e tecnológico do setor deve-se muito ao esforço e apoio financeiro das grandes indústrias.
As grandes parcerias com as universidades e que deram origem ao Ipef,Sif,Fupef,Embrapa Florestas, dentre outras instituições, para muitos, foi a base fundamental para o sucesso da silvicultura no Brasil.
Não se pode negar que os que mais demandaram foram também os que mais contribuíram para o crescimento do setor.
E também foram esses grandes consumidores que fizeram crescer de forma significativa, no entorno de suas indústrias, os produtores florestais.
Durante anos, produtor florestal era sinônimo de fomentado de alguma grande empresa. E salvo, raríssimas exceções, o tratamento recebido foi sempre o mesmo: recebe mudas, insumos, algumas informações técnicas, planta, cuida da floresta e, lá na frente, vende a madeira.
Esse mecanismo simples de formar parceiros foi muito bem sucedido em algumas empresas, mas não se generalizou no setor.
Inúmeros fatores são apontados pelo insucesso de programas de fomento de algumas empresas, mas nada deve ter pesado tanto negativamente, quanto ao tratamento inadequado dado ao fomentado no momento da negociação da madeira.
E, na maioria dos casos,esse tratamento injusto, imposto por algumas indústrias, fez até com que produtores de certas regiões se transformassem em ferrenhos desafetos da própria silvicultura ou de qualquer tipo de parceria para plantios de florestas.
Uma pena!Nos últimos anos, no entanto, a figura do produtor florestal vem ressurgindo e se tornando cada vez mais importante e estratégica para o crescimento e competitividade das indústrias de base florestal. E isso deve provocar inúmeros impactos na atividade.
O produtor florestal dos novos tempos está surgindo com “cara e em circunstâncias diferentes”. Aquele que tirava leite, plantava e vendia a madeira sem fazer conta, já virou exceção.
Há uma forte tendência de crescimento para o produtor florestal que exige tecnologia na formação das florestas, que acompanha a produtividade, que cumpre naturalmente as exigências sociais e ambientais e que, lá na frente, quer ser devidamente remunerado.
Há de se torcer para que esse produtor não se limite às famosas planilhas de escritório e tenha a sensibilidade suficiente para se valer de profissionais competentes na condução de suas florestas e mantenha aceso o interesse no desenvolvimento científico e tecnológico do setor.
As famosas planilhas precisam contemplar os necessários e contínuos investimentos em pesquisas, experimentações e apoio às atuantes instituições de pesquisas, que constituíram a base da rica silvicultura brasileira.
Esse produtor florestal com tecnologia e antenado na lucratividade do negócio pode aumentar a disponibilidade de madeira no entorno de grandes empreendimentos. Ele vai resgatar aquela parceria perdida.
É só ter certeza de sua rentabilidade. Muitas vezes é o próprio dono da terra ou uma empresa com mais facilidade e menos exigências para se aproximar do produtor rural.
Grandes empresas, em muitos casos, ficam muito semelhantes aos famosos “chapa branca” e encontram a porteira fechada. O importante é que há espaço e demanda para esse crescimento.
E essa incursão dos novos produtores pode se tornar ainda mais atrativa se políticas governamentais fomentarem o desenvolvimento de pequenas e médias indústrias consumidoras de madeira: termoelétricas à base de madeira; serrarias; chapas e aglomerados, etc.
São investimentos industriais que se viabilizam com menos recursos financeiros e que poderão completar o ciclo de produção dos pequenos e médios plantios florestais de regiões menos favorecidas. (Painel Florestal)