07/04/2015 08h47 - Atualizado em 07/04/2015 08h47
Douradosagora
A inflação de março em Campo Grande foi de 1,25%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG), divulgado mensalmente pelo Núcleo de Pesquisas Econômicas (NEPES) da Universidade Anhanguera-Uniderp. No comparativo, apenas entre os meses de março, esse percentual não se repetia desde o ano 2003, quando chegou a 1,34%. Na análise com fevereiro de 2015, o índice foi apenas 0,13% menor.
Na análise do coordenador do NEPES da Anhanguera - Uniderp, Celso Correia de Souza, a principal causa do aumento está no reajuste da energia elétrica. “No mês de março aconteceu um forte aumento no preço da energia (28,19%), cujo reflexo no período foi de aproximadamente 13,75% na inflação da Capital. Além disso, também houve elevação da bandeira tarifária de energia elétrica de 3 para 5,5%, para cada 100 Kwh consumido”, explica.
Entre os grupos que tiveram altos índices de inflação estão: Habitação, com variação de 2,80%; Alimentação, com 0,91%; Despesas Pessoais, com 0,68%; e Transportes com 0,65%. Com índices negativos destacam-se os grupos Saúde (-0,09%) e Vestuário (-0,04%).
Segundo o pesquisador da Anhanguera-Uniderp, o comportamento de alta da inflação deve figurar também em abril. “Teremos o complemento de 14,44% da energia elétrica e a concessionária que abastece o Estado está solicitando um novo reajuste de 6% nas contas de energia, aumento esse previsto no contrato de concessão. Também teremos a alta nos preços dos medicamentos de 7,7%, em média,” esclarece Celso Correia de Souza.
Passado tais reajustes, espera-se ue em maio, a inflação comece a recuar em Campo Grande, “pois não há projeções de aumento em serviços ou produtos administrados pelo governo”, completa Correia de Souza.
Inflação acumulada
A inflação acumulada em 12 meses na cidade está em 8,08%, já muito acima do topo da meta inflacionária estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o período 2015, que é de 6,5% e muito além do centro da meta que é de 4,5%. No período as maiores inflações acumuladas na Capital, por grupo, foram: Transportes, com 11,30%; Alimentação, com 9,54%; Habitação, com 9,40%; e Despesas Pessoais, com 8,95%. Os demais grupos se encontram dentro da normalidade.
No acumulado de 2015, o índice ficou em 4,47%, já acima do centro da meta inflacionária do governo, que é de 4,5%. Quanto à inflação acumulada por grupo, neste ano temos: Transportes (7,44%), Educação (7,38%), Habitação (6,06%) e Despesas Pessoais (5,01%), cujos índices estão acima da inflação acumulada deste ano (4,47%). Dois grupos estão com deflações: Vestuário (-1,04%) e Saúde (-0,25%).
Os mais e os menos do IPC/CG – Os responsáveis pelas maiores contribuições para a inflação do mês de março foram: energia elétrica (0,71%), gás em botijão (0,11%), pão Francês (0,04%), café (0,03%), gasolina (0,03%), diesel (0,03%), óleo de soja (0,03%), batata (0,02%), sapato feminino (0,02%) e aluguel de apartamento (0,02%).
Já os itens que mais ajudaram a segurar a inflação nesse período, com contribuições negativas foram: leite pasteurizado (-0,03%), açúcar (-0,01%), blusa (-0,01%), desinfetante (-0,01%), chuchu (-0,01%), short e bermuda masculina (-0,01%), repolho (-0,01%), contra filé (-0,01%), saia (-0,01%) e maçã (-0,01%).
Segmentos
Em março de 2015 o grupo Habitação apresentou elevação de 2,80% em relação ao mês anterior. Alguns produtos/serviços que sofreram majorações de preços foram: energia elétrica (13,75%), forno micro-ondas (12,53%), vela (7,72%), entre outros com menores aumentos. Quedas de preços ocorreram com: desinfetante (-5,30%), saponáceo (-1,68%), sabão em barra (-1,18%), entre outros.
O grupo Alimentação foi um dos que mais contribuíram para a inflação do mês passado, apresentando 0,91% de alta. Os maiores aumentos de preços foram constatados com: abóbora (20,75%), cebola (10,43%), maracujá (8,24%), entre outros. Fortes quedas de preços ocorreram com: chuchu (-24,90%), repolho (-13,07%), farinha de milho (-11,89%), entre outros. Tais variações são explicadas pelo coordenador do NEPES Anhanguera-Uniderp, Celso Correia de Souza. “Esse grupo sofre muita influência de fatores climáticos e da sazonalidade de seus produtos, principalmente, verduras, frutas e legumes. Alguns têm preço maior ao término da safra, outros diminuem de preço quando entram na safra. Quando o clima é desfavorável, há aumento de preços e quando o cenário é contrário, há queda nos valores”, explica.
Diferente do cenário de fevereiro - onde 11 cortes de carne vermelha tiveram alta de preços - março registrou elevação em oito cortes: fígado (6,89%), costela (3,62%), cupim (2,97%), acém (1,81%), patinho (1,31%), paleta (0,35%), alcatra (0,31%) e vísceras de boi (0,16%). Os sete cortes pesquisados que sofreram quedas de preços foram: picanha (-3.12%), coxão mole (-1,58%), contrafilé (-1,42%), músculo (-1.01%), peito (-0,63%), filé mignon (-0,45%) e lagarto (-0,40%).
O frango resfriado também registrou queda de preço -0,11%, já os miúdos tiveram aumento de 1,25%. Quanto à carne suína, foram constatadas quedas de preços com a bisteca (-2,54%) e o pernil (-1,51%).
O grupo Transportes também aparece como um dos que mais contribuíram para a inflação no mês de março. Houve alta de 0,65% em seu índice devido aos aumentos de preços do diesel (1,02%), pneu novo (1,01%) e gasolina (0,91%).
No grupo Despesas Pessoais não foi constatada nenhuma redução de preço, o que resultou no índice de 0,68%. Alguns produtos/serviços desse grupo, que tiveram elevação de valores foram: serviços de cartório (5,59%), fio dental (4,63%), produto para limpeza de pele (2,22%), entre outros.
O grupo Educação teve uma pequena alta de 0,22% em seu índice, devido a aumentos em produtos de papelaria.
Queda de inflação foram registradas em dois grupos: Saúde, que fechou em -0,09%; e Vestuário, com índice de -0,04%. Os produtos/serviços do primeiro grupo que mais aumentaram de preços foram: material para curativo (3,74%), antialérgico e broncodilatador (0,94%), analgésico e antitérmico (0,67%), entre outros. Já, quedas de preços foram percebidas no antidiabético (-3,50%), antimicótico e parasiticida (-1,38%), antigripal e antitussígeno (-0,98%), entre outros. No segundo grupo a elevação de preços ocorreu com sapato feminino (3,84%), sandália/chinelo feminino (1,79%), camiseta masculina (1,71%), entre outros itens. Reduções foram constatadas com saia (-3,82%), bermuda e short feminino (-2,70%), short e bermuda masculina (-1,63%), entre outras peças.
IPC/CG
O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/ CG) é um indicador da evolução do custo de vida das famílias dentro do padrão de vida e do comportamento racional de consumo. O Índice busca medir o nível de variação dos preços mensais do consumo de bens e serviços, a partir da comparação da situação de consumo do mês atual em relação ao mês anterior, de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. A Universidade Anhanguera - Uniderp divulga mensalmente o Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande.