14/04/2015 12h00
O primeiro levantamento de cana-de-açúcar da safra 2015/2016 indica que a produção no país pode chegar a 654,6 milhões de toneladas.
O estudo foi divulgado ontem segunda-feira (13) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Esse valor é 3,1% superior, quando comparado aos 634,8 milhões de toneladas da safra anterior.
A produção de cana-de-açúcar da Região Centro-Sul está estimada em 592,7 milhões de toneladas, 3% maior que a produção da safra anterior, de 575,4 milhões.
A Região Norte/Nordeste deverá ter um aumento de 4,3%, passando de 59,4 milhões de toneladas na safra 2014/15, para 61,9 milhões na safra 2015/16.
A maior parte da cana-de-açúcar colhida vai ser destinada à fabricação de etanol, o que representa 56,2% da produção.
O etanol total deve ter um aumento de 1,9%, passando de 28,66 para 29,20 bilhões de litros, com o hidratado, utilizado nos veículos "flex-fuel", reduzindo 2,8%.
Sai da marca de 16,9 bilhões para 16,5 bilhões de litros. Já o anidro, destinado à mistura com gasolina, apresenta aumento de 8,6%.
Está prevista, para a produção de açúcar, um aumento de 5%, devendo passar das 35,56 milhões de toneladas para 37,35 milhões.
A produtividade estimada para a atual temporada da safra 2015/16 deve ter um aumento de 2,4%, passando de 70.495 kg/ha para 72.170 kg/ha.
O Brasil deve ter um acréscimo na área de apenas 65,9 mil hectares na temporada 2015/16, equivalendo a 0,7% em relação à safra 2014/15.
O acréscimo é reflexo do aumento de 0,5% (38,1 mil hectares) na área da Região Centro-Sul e de 2,7% (27,8 mil hectares) na área da Região Norte/Nordeste.
Rio Grande do Norte, Paraíba, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul deverão ter decréscimo na área plantada.
O Brasil deverá produzir 654,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar nesta safra em pouco mais de 9 milhões de hectares.
A estimativa é de que a produção do país tenha um incremento de 3,1% em relação à safra passada e só não é maior porque o aumento na área plantada no país é relativamente pequeno (0,7%) e a produtividade nos canaviais de São Paulo, maior estado produtor, se recuperam de um impacto hídrico da safra passada.
Nesta safra, essa tendência é uma característica basicamente das duas grandes regiões do país, a Região Centro-Sul (Gráfico 3) e a Região Norte-Nordeste.
Na Região Centro-Sul a recuperação da produtividade (aumento de 2,5%) reflete numa expectativa de aumento de produção (3%), só não é mais acentuado porque haverá basicamente a manutenção da área plantada (aumento de 0,5%).
Na safra 2014/15 a produção de açúcar chegou a 35,56 milhões de toneladas. Para a safra 2015/16 a expectativa é de aumento de 5%, chegando a 37,35 milhões de toneladas.
Cerca de 71,5% do açúcar no país foi produzido na Região Sudeste, 10,5% na Região Centro-Oeste, 9,6% na Região Nordeste, 8,3% na Região Sul e 0,1% na Região Norte.
O percentual de açúcar total recuperável (ATR) destinado à produção de açúcar nesta safra para o país está estimado em 43,8% do total.
A distribuição do mix indica que Amazonas, Alagoas e Pernambuco deverão destinar a maior parte da sua produção de cana-de-açúcar e, consequentemente do seu ATR produzido, para a produção de açúcar.
São Paulo, Paraná e Piauí devem dividir proporcionalmente o seu ATR para a produção de açúcar e etanol. Os demais deverão destinar a maior parte da cana-de-açúcar para a produção de etanol.
O percentual de açúcar total recuperável (ATR) médio para a safra atual está estimado 136,8 kg/t de cana-de-açúcar.
A produção de etanol total consolidou-se em 28,66 bilhões de litros na safra 2014/15 e está estimada em 29,2 bilhões de litros para safra 2015/16, um incremento de 539,2 milhões de litros, alta de 1,9%.
O etanol anidro, utilizado na mistura com a gasolina, deve ter um aumento de 1 bilhão de litros, passando de 11,73 para 12,73 bilhões de litros.
Para o etanol hidratado, utilizado nos veículos flex fuel, a expectativa é de redução de 2,8%, quando comparados com a produção da safra anterior, o que equivale a menos 467,4 milhões de litros.
Rondônia, Tocantins, Ceará e Rio Grande do Sul devem destinar seu ATR total à produção de álcool. Destes, Rondônia, Ceará e Rio Grande do Sul produzem apenas etanol hidratado. Nesta safra, 56,2% da produção de ATR deverá ser destinado à produção de etanol (Tabela 3).
A produção de etanol continua concentrada na Região Sudeste, com 58,6% do total produzido no país, seguido pelo Centro-Oeste (27,6%), Nordeste (7,1%), Sul (5,9%) e Norte (0,8%).
Foram observadas condições desfavoráveis para o desenvolvimento da cana-deaçúcar na maior parte da região produtora do Centro-Sul do país, em outubro de 2014 e janeiro de 2015, principalmente. Além das chuvas abaixo da média, houve registros de altas temperaturas.
Apesar disso, as chuvas, na maior parte da região, dentro ou acima da média em novembro, dezembro, fevereiro e março contrabalançaram esse cenário negativo. (Conab - Companhia Nacional de Abastecimento)