Dourados
21/04/2015 13h31
As exportações brasileiras do agronegócio renderam US$ 7,883 bilhões em março, segundo dados da Secex compilados pelo Ministério da Agricultura.
Ainda que tenha havido uma recuperação em relação a fevereiro, quando o número de dias úteis foi menor (22 ante 18) e os embarques de alguns produtos foram afetados pela greve dos caminhoneiros, na comparação com março de 2014, que também teve menos dias úteis (19), houve retração de 1,1%.
Conforme o ministério, as importações do setor também recuaram em relação a março do ano passado - 0,5%, para US$ 1,414 bilhão -, e com isso o superávit da balança do campo diminuiu 1,2% na comparação, para US$ 6,469 bilhões.
Principais produtos da pauta, soja e derivados (farelo e óleo) e carnes (bovina, de frango e suína) apresentaram resultados negativos em março.
Pressionados pelo atraso da colheita e pela queda das cotações internacionais, os embarques do chamado "complexo soja" renderam US$ 2,807 bilhões em março, 22,5% menos que no mesmo mês de 2014.
Já as vendas de carnes ao exterior recuaram 6%, para US$ 1,172 bilhão, em parte como reflexo dos problemas provocados pela desvalorização do petróleo em marcados importantes como a Rússia.
Em contrapartida, os demais itens que completam o rol dos cinco principais grupos de produtos exportados pelo agronegócio brasileiro registraram aumento das vendas ao exterior no mês passado.
Os embarques de produtos florestais subiram 25,9%, para US$ 920,9 milhões, enquanto os de açúcar e etanol aumentaram 29,1%, para US$ 826,8 milhões, e os de café registraram incremento de 27,4%, para US$ 575,3 milhões.
No primeiro trimestre deste ano, aponta o levantamento do Ministério da Agricultura, as exportações do agronegócio do país somaram US$ 18,431 bilhões, 8,9% menos que em igual intervalo de 2014.
Na comparação, as importações caíram 9,2%, para US$ 3,860 bilhões, e o superávit encolheu para US$ 14,570 bilhões, 8,8% abaixo do resultado registrado de janeiro a março do ano passado.
No trimestre, os embarques do complexo soja atingiram US$ 4,054 bilhões, 31,3% menos que no mesmo período de 2014, enquanto os de carnes atingiram US$ 3,267, queda de 14,7%.
As vendas ao exterior de produtos florestais subiram 4,8%, para US$ 2,455 bilhões, mas os de açúcar e etanol também foram menores - 7,9% (US$ 2,178 bilhões).
Também nessa comparação o café, cujos preços estavam mais elevados no primeiro trimestre graças à estiagem no Centro-Sul do país no ano passado, foi o destaque positivo. As exportações do produto aumentaram 36,2%, para US$ 1,704 bilhão.
Em virtude da forte queda das exportações de soja em grão, cujo volume tende a se recuperar neste e nos próximos meses, o peso da China nas exportações do agronegócio brasileiro diminuiu em março e no primeiro trimestre, ainda que o país asiático tenha continuado como o principal mercado do setor no exterior nos dois casos.
No mês, os embarques para a China renderam US$ 2,2 bilhões, 23,7% menos que no mesmo mês de 2014, e a fatia do país nas exportações do setor passou de 36,2% para 27,9%.
No trimestre, as vendas aos chineses recuaram 35,5%, para US$ 3,091 bilhões, e a participação desse mercado no total caiu de 23,7% para 16,8%.
"A diminuição nas importações de soja em grão explica essa redução. As exportações do grão para a China caíram de 7,5 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2014 para 5,1 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2015.
Com efeito, as receitas com exportações de soja em grão à China diminuíram de US$ 3,76 bilhões no primeiro trimestre de 2014 para US$ 1,99 bilhão no primeiro trimestre de 2015, uma queda de US$ 1,77 bilhão. Este número é praticamente semelhante à redução total das exportações ao país asiático.
Em função da queda no valor exportado, a participação da China nas exportações brasileiras do agronegócio diminuiu de 23,7% para 16,8% no período", afirma nota divulgada pelo ministério. (Avisite)