23/04/2015 08h21
Empresas da região de Dourados devem abortar a ordem de carregamento para evitar prejuízos com a greve no setor
Redação Douradosagora
Empresas transportadoras da Grande Dourados se mobilizam para alinhavar acordo a fim de parar o setor em todo Mato Grosso do Sul, a partir de hoje, em adesão à greve nacional anunciada após fracassada negociação com governo federal.
O diretor financeiro da Cooperativa Coopersul, Luiz Adriano Melo, disse ao jornal Douradosagora que representantes do setor se reúnem à tarde, para decidir o rumo da paralisação que deve ser deflagrada em Dourados e resto do Estado. Mas, o presidente da cooperativa, João Lopes, já adiantou que a paralisação começa amanhã, pela rodovia BR-163, em Dourados.
Transportadoras locais devem levar para as estradas federais e estaduais cerca de 70 caminhoneiros. Entre o pool de empresas do setor de transportes, em Dourados, estão a Rodomaster, Bewes Transportes, Sol Dourado, Rodomelo, Grupo GS, entre outras.
Lopes já alertou transportadoras que, a partir de amanhã, carga nenhuma poderá passar pelo bloqueio e que a responsabilidade sobre possíveis prejuízos ficarão unicamente sob a responsabilidade das empresas que, possivelmente, deverão abortar a ordem de carregamento.
Segundo Melo, a princípio, o plano é bloquear parcialmente a rodovia federal BR-163 que dá acesso à Capital e Sul do Estado, mas não descarta bloqueios na MS-156 de acesso a Itaporã, Maracaju e demais municípios, além da MS-376 que leva para Fátima do Sul, Nova Andradina e São Paulo.
O manifesto vai contar, inclusive com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Dourados, assegura o presidente da entidade, André Pagani. "Como ocorreu no primeiro protesto, vamos estar juntos com a categoria", confirma Pagani.
Melo disse ao jornal Douradosagora que o entrave ao setor é a defasagem na tabela de frete que obriga o trabalhador a amargar prejuízos. "Você vai para Santos, por exemplo, com carga de grãos a R$ 120,00 a tonelada e acaba sendo obrigado, pelas empresas de lá, a voltar carregado com frete de R$ 70,00 a tonelada. Eles alegam que o caminhoneiro voltaria com o veículo vazio se não tivesse uma carga para retornar e o valor do frete despenca", diz.
Além disso, a transportadora acumula perdas com o ICMS alto, a depreciação do caminhão, diesel caro, desgaste do condutor, encargos com trabalhador, entre outros.