04/06/2015 17h00
Além da taxa de partos elevados, índices do uso de UTI Neonatal e morte perinatal motivaram as mudanças que já trazem resultados positivos.
Além dos 40 hospitais participantes do projeto-piloto, o Parto Adequado vai contar com quatro instituições que vão compartilhar experiências bem sucedidas, com o acompanhamento do Institute for Healhcare Improvement (IHI), que apoia o projeto.
São hospitais Unimed de Americana (SP), Unimed de Itapetininga (SP), Maternidade Santa Isabel, de Jaboticabal (SP) e Hospital Paulo Sacramento, de Jundiaí. Esses hospitais já adotaram as orientações da Ciência da Melhoria, metodologia do IHI.
“Por muitos anos as gestantes brasileiras foram convencidas de que a cesariana é um procedimento isento de complicações, de que inclusive é uma opção ou uma escolha.
Sim, em casos extremos pode ser sim uma indicação de cesariana, excepcionalmente”, comenta o responsável pela área de Segurança do Paciente do IHI, Paulo Borem.
Ele aponta que em países da Europa e Estados Unidos, por exemplo, este medo do parto normal só ocorre em menos de 10% das gestantes.
“No Brasil, o que seria exceção, virou a regra e vamos precisar mudar a concepção errônea de uma geração inteira”, alerta.
Borem, que também é coordenador de Qualidade do Centro de Inovação da Unimed do Brasil/FESP, explica que já conseguiram reduzir o número de cesarianas desnecessárias nas Unimeds.
No Hospital Santa Isabel, em Jaboticabal (interior de São Paulo), por exemplo, o índice de cesarianas realizadas pelo plano de saúde Unimed estava próximo de 100%. “Algo precisava ser feito para aproximar a nossa prática das recomendações científicas.
A elevada taxa de admissão em UTI Neonatal e seu alto custo nos tirava, literalmente, o sono”, relembra o coordenador administrativo da Maternidade Santa Isabel e do Projeto Melhor Parto Jeyner Valério Júnior.
Atualmente, a taxa caiu pela metade. O percentual ainda não é o ideal, mas os resultados já começaram a aparecer.
Com a queda nas cesarianas desnecessárias, houve redução de 60% na utilização de UTI neonatal, de 26% dos custos hospitalares, de 25% da mortalidade perinatal e aumento de 100% nos honorários médicos.
“Além da melhoria dos indicadores, estamos, hoje, oferecendo uma assistência muito mais qualificada e humanizada”, avalia.
Para ele agora, nas Unimeds, está na hora de ajustes finos para conseguir reduzir ainda mais as taxas. “Esses ajustes finos e que necessita de muito mais precisão e as mudanças agora serão menos dramáticas e mais pontuais.
Isto exigirá da equipe uma intensa utilização da Ciência da Melhoria para dar conta da redução das cesarianas desnecessárias num nível ainda maior.”(Portal Brasil)