25/06/2015 08h42 - Atualizado em 25/06/2015 08h42
A Polícia Federal (PF) desencadeou esta manhã, a segunda etapa da Operação Acrônimo, com o cumprimento de mandados em Brasília (DF) e Minas Gerais. A operação apura suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de sobrepreço e inexecução de contratos com o governo federal desde 2005. Há suspeita de que os recursos desviados alimentavam campanhas eleitorais.
Na primeira fase, em 29 de maio deste ano, foram cumpridos 90 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás. O foco uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro, em Brasília. Entre as medidas determinadas pela Justiça Federal está o sequestro de um avião bimotor turboélice, avaliado em R$ 2 milhões.
A operação é resultado de uma investigação iniciada em outubro do ano passado quando agentes da Polícia Federal apreenderam R$ 113 mil em uma aeronave que chegava ao Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitscheck.
Desde a apreensão da aeronave, agentes federais acompanharam os suspeitos e também analisaram os dados existentes nos notebooks, smartphones, tablets, além de outros dispositivos e mídias apreendidos durante a ação realizada no aeroporto da capital federal. Na ocasião, foram apreendidos, segundo a PF, mais de 600 gigabytes.
O nome da operação é uma referência ao fato de que o prefixo da aeronave onde foram localizados os valores é uma sigla formada pelas iniciais dos nomes de familiares do principal investigado pela operação. Até o momento, não foram informados os nomes dos investigados.
Com as ações desencadeadas, a PF tenta obter documentos, valores e dados que possam esclarecer a suspeita de que os recursos que circulavam nas contas de pessoas físicas e jurídicas ligadas aos investigados provinham de fraudes em contratos com órgãos públicos. A polícia suspeita que notas fiscais eram emitidas para o pagamento de serviços não prestados ou com sobrepreço.
Conforme as investigações, para tentar ocultar a origem dos recursos, os suspeitos usavam laranjas e empregavam uma técnica conhecida como smurffing, que consiste no fracionando de valores para disfarçar e dificultar a identificação de grandes movimentações bancárias. (Com Agência Brasil)