28/06/2015 10h28
A alergia é uma reação exagerada do organismo após exposição a um fator desencadeante presente no meio ambiente.
Geralmente, a alergia tem início na infância e pode continuar pela vida adulta. Ela é determinada por fatores genéticos e ambientais.
Quando não controlada, a alergia pode causar infecções frequentes, como otites, sinusites, amigdalites e pneumonias.
Pode comprometer o sono, o crescimento e o desenvolvimento da criança, e também o rendimento escolar e no trabalho.
A alergia tende a melhorar com a idade, desde que se faça um controle eficiente do ambiente. Para isso, é importante identificar os fatores que podem ter desencadeado a reação, seja por uma observação atenta da criança pelos pais, seja através de testes alérgicos na pele e no sangue, realizados pelo pediatra especialista (alergista pediátrico).
A maioria das reações alérgicas pode ser prevenida, evitando expor a criança aos fatores desencadeantes.
Aliás, nenhum tratamento para alergia será totalmente eficaz se não for interrompido o contato com os agentes que desencadeiam a reação.
(1) Alérgenos: são os fatores aos quais a criança é alérgica por determinação genética. Os mais frequentes são ácaros da poeira doméstica, fungos presentes no mofo, pelos de animais domésticos como cães e gatos, penas de pássaros, baratas, gramíneas e pólens.
(2) Irritantes: são os fatores aos quais a criança não é alérgica, mas que podem desencadear alergia por irritação da mucosa. Os mais comuns são fumaça de cigarro, tintas, perfumes, produtos químicos de limpeza, derivados de combustíveis e quaisquer outros poluentes com odor forte.
(3) Infecções: vírus causadores do resfriado e da gripe são frequentes desencadeadores de alergia, especialmente em crianças pequenas.
(4) Físicos: exercício físico, fatores emocionais, mudança brusca de temperatura, ar frio, ar seco e umidade, entre outros.
A alergia pode comprometer os olhos (conjuntivite alérgica), o nariz (rinite alérgica), os pulmões (asma ou bronquite alérgica), a pele (urticária e dermatite atópica) e o sistema cardiocirculatório, este com elevado risco de morte.
A maioria das pessoas alérgicas apresenta associação de duas ou mais manifestações como, por exemplo, rinite alérgica e asma.
O primeiro passo é identificar o que provoca a alergia e saber que nenhum tratamento terá eficácia sem que medidas de controle ambiental sejam prontamente adotadas.
colocar capas antiácaros (de plástico, couro ou vinil) no travesseiro e colchão;
limpar as capas com pano úmido a cada duas semanas;
trocar roupas de cama pelo menos duas vezes por semana e lavar em água quente uma vez por semana;
armazenar livros e brinquedos em caixas fechadas, fora do quarto da criança;
retirar carpetes, tapetes e bichos de pelúcia dos cômodos onde a criança mais fica;
trocar cortinas por persianas ou usar cortinas de algodão lavável;
lavar semanalmente os filtros de ar-condicionado;
manter boa ventilação para diminuir a umidade;
limpar a casa com pano úmido diariamente. Evitar produtos de limpeza, espanadores e vassouras. Recomenda-se o uso de sabão de coco;
soluções antiácaros (ácido fênico 5%, por exemplo) podem ser utilizadas no piso, móveis e estofados.
as refeições devem ser realizadas apenas na área da cozinha;
os alimentos devem ser imediatamente armazenados em recipientes fechados após o término das refeições;
pratos e talheres devem ser imediatamente lavados após o término das refeições;
restos de alimentos devem ser evitados;
o lixo deve ser eficientemente fechado e retirado da casa todas as noites;
limpar semestralmente caixas de gordura e fechar os ralos de drenagem;
caso estas medidas não sejam suficientes, recomenda-se dedetização por profissional habilitado.
manter boa iluminação e ventilação na casa;
manter boa drenagem de água na casa e ao redor dela;
retirar móveis velhos e plantas velhas da casa;
usar desumidificador nos locais úmidos da casa;
checar o encanamento, para que não ocorram infiltrações nas paredes;
soluções antifungos (água sanitária, por exemplo) podem ser utilizadas nas paredes e em armários para remoção do mofo.
manter cães e gatos em áreas de fácil limpeza, evitando sua presença em quartos e cômodos com carpetes;
manter os pelos dos cães sempre curtos e lavá-los com xampu semanalmente;
dar banho em cães e gatos sempre que possível;
manter pássaros em locais distantes dos cômodos da casa;
é importante ressaltar que o ideal é que os animais domésticos sejam retirados da casa.
evitar fumar dentro de casa;
evitar quaisquer outras substâncias irritantes na casa (tintas, perfumes, produtos de limpeza, etc.).(Sociedade Brasileira de Pediatria)