02/07/2015 09h34 - Atualizado em 02/07/2015 09h34
Apesar dos 16 mil novos casos de cólera relatados no Haiti até agora em 2015, a doença está sob controle, mas não será erradicada a menos que a melhoria das condições de água e saneamento seja uma prioridade elevada tanto pelo governo quanto para doadores, disse o coordenador das Nações Unidas para a resposta ao cólera no Haiti, Pedro Medrano Rojas, que deixa o cargo.
“No mundo de hoje, no século 21, não é aceitável ter esse enorme número de casos de cólera”, declarou Medrano. “Qualquer país com este número de novos casos de cólera iria declarar uma “emergência”, acrescentou.
O coordenador lembrou aos doadores que atualmente apenas cerca de 20% dos 2,2 bilhões de dólares necessários para a execução do plano nacional de 10 anos para eliminar a cólera está disponível.
Medrano assumiu a tarefa de fortalecer a coordenação dos esforços das diferentes entidades das Nações Unidas, bem como na mobilização de uma resposta efetiva e coerente da comunidade internacional. Nessa direção, ele recordou que nos anos 90 um surto de cólera assolou a região da América Latina e que foram necessários quase 10 anos para eliminar a doença naquele momento.
Os cenários, no entanto, são diferentes. Naquela época, mais de 80% das pessoas nos 20 países afetados tinham acesso à água e ao saneamento adequado, enquanto “o Haiti tem um terço disso”, disse. “Por isso, precisamos fazer um investimento robusto em água, saneamento e saúde e isso leva tempo”, disse ele. (Nações Unidas)