09/07/2015 08h02 - Atualizado em 09/07/2015 08h02
Da TV Globo, em Brasília
Relatórios enviados pela Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal (STF) em três inquéritos da Operação Lava Jato e tornados públicos ontem afirmam que a coleta de provas realizada até agora sobre o envolvimento de políticos "indica a tipicidade da doação eleitoral como forma de corrupção".
A constatação é parte dos pedidos de prorrogação por 60 dias das diligências, análise de materiais e depoimentos nos inquéritos contra os senadores Valdir Raupp (PMDB-RO), Humberto Costa (PT-PE) e Lindbergh Farias (PT-RJ). Todos negam envolvimento em irregularidades no esquema de desvio de dinheiro da Petrobras.
"Existem elementos iniciais suficientes que indicam a tipicidade da doação eleitoral como forma de corrupção", afirmou a delegada Graziela Machado da Costa e Silva, uma das responsáveis na PF por inquéritos contra deputados e senadores.
Ao citar depoimentos de diversos delatores e mostrar que foram constatadas doações oficiais para campanhas dos políticos nos mesmos valores mencionados por empresários que estão colaborando com as investigações, a delegada cita "elementos iniciais suficientes" de que o dinheiro destinado para as campanhas eleitorais eram fruto de desvios na estatal.
Nos inquéritos, a Polícia Federal aponta que o órgão "compilou alguns dados de doações eleitorais que denotam a relevância e protuberância dos valores despendidos por empresas privadas, especialmente as empreiteiras contratadas pela Petrobras".