20/07/2015 09h06 - Atualizado em 20/07/2015 09h06
Mario Jose Maffini, engenheiro agrônomo
Safrinha de Milho – Bt ou Convencional – O que plantar? Essa literalmente é uma pergunta que aparentemente não deixaria duvidas, ou seja, pelas vantagens e comodidade sem sombra de duvida, plantaríamos os híbridos BTs.
Mas, a prática vem mostrando que os híbridos convencionais vem ganhando espaço por várias razões e citamos agora.
1) O preço de semente de híbridos BTs, são bem mais caros que os híbridos convencionais.
2) A maioria das proteínas BTs não tem a mesma eficiência de antes, salvo híbridos que contem a combinação de três proteínas, estes com relatos de ataque de lagartas em alguns casos. Ou seja, a tecnologia está se perdendo.
3) O uso intensivo de híbridos BTs, por falta de refugio, condicionou aparecimento de pragas antes não problemáticas e atualmente causando sérios prejuízos, inclusive com casos de replante devido ao ataque de percevejos. A media de aplicações para controle de percevejos é em torno de 4 aplicações ( de 03 a 05 pulverizações).
4) Uso de sementes com alta sensibilidade a doenças fúngicas, notadamente foliares e podridões de colmo e grão.
5) Segundo a análise financeira dos custos de produção da Embrapa de Dourados, concluíram que plantar híbrido convencional é mais econômico que híbridos transgênicos.
Assim sendo, com o domínio genético das empresas de defensivos, no mercado de sementes de milho, maximizaram o faturamento por área plantada. Ou seja, antes as empresas faturavam em insumos em torno de trezentos reais entre semente e produtos. Hoje ultrapassa seiscentos, setecentos reais por hectare, sem incluir ai os fertilizantes.
Filosofias a parte, quando o velho e bom hibrido da Agroceres foi lançado, a mais de 18 anos (fiz parte desta historia, pois era funcionário da empresa), o preço do AG 9010 era de 8 sacos de grão comercial por um saco de semente de 60.000 sementes e o produtor acreditava que era muito caro. Hoje este produto custa duas a três vezes mais e a empresa diz que está em promoção??!!! Na época o líder de mercado com 70% de mark share, era o BR 201 genética da Embrapa e custava de 4 a 4,5 sacos de grão por um de semente. Então, as referências atuais potencializaram-se num patamar muito diferente, onde o custo de cultivo do milho safrinha ficou elevado, e não há margem para erros ou alguma intempérie como seca e geadas, comuns em outras épocas na região.
Preocupado ficamos quando empresas vendem a semente e junto com o pedido da semente, acompanha aplicação de duas a três aplicações de fungicidas foliares. Onde isso vai parar?
O produtor está percebendo isso tudo. Três a cinco aplicações para controlar percevejos, uma aplicação de herbicida mais duas aplicações de fungicida... que lagarta sobrevive a isso???. Está na hora de repensar os custos da Safrinha!!!