25/07/2015 08h29
Novo estudo da FAO em parceria com a ALADI destaca o potencial da América Latina e do Caribe para atender à demanda de alimentos através do comércio intra-regional.
Mais de metade dos países da América Latina e do Caribe importam mais do que exportam, mas a região é capaz de autoabastecer e acelerar a luta para erradicar a fome por meio da cooperação e do comércio intra-regional, diz um novo estudo da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Associação Latino-Americana de Integração (ALADI).
Segundo a publicação, “Desenvolvimento do comércio intra-regional de alimentos e fortalecimento da segurança alimentar na América Latina e no Caribe”, embora a região produza muito mais do que todos os seus habitantes precisam, grande parte dos alimentos consumidos na América Latina e Caribe vem de outro lugar. O estudo constata que 18 dos 33 países da América Latina e do Caribe são importadores líquidos.
“Isso deixa muitos países em situação frágil perante os aumentos dos preços internacionais e quedas no fornecimento de alimentos, uma vez que dependem, em maior ou menor grau de importações para alimentar a sua população, uma situação que poderia mudar se o os governos decidissem fortalecer seu comércio de alimentos, disse o representante regional da FAO, Raúl Benítez.
Mais da metade de todas as importações de alimentos da América Latina vêm de fora da região – 57% em 2012-, com os Estados Unidos fornecendo quase um terço deles. Os países do Cone Sul são os principais fornecedores do comércio intra-regional em alimentos.
A Argentina é o principal fornecedor, com quase um terço das exportações agrícolas intra-regionais entre 2010 e 2012, estimada em 10,16 bilhões de dólares milhões por ano, seguida pelo Brasil, com pouco mais de 5,7 bilhões, que também é o principal comprador intra-regional de produtos alimentares, respondendo por 18% das importações da região.
Consciente do papel que o comércio intra-regional pode desempenhar para a segurança alimentar, o principal órgão de integração regional, a Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe (CELAC), com o apoio da ALADI, incluiu uma série de ações para estimular este comércio como parte o seu Plano de Segurança Alimentar, Nutrição e Combate à Fome, aprovada em janeiro de 2015.
“Este plano é um único acordo regional de seu tipo, e reforça os esforços de todos os países para alcançar a erradicação completa da fome até 2025. Um dos caminhos para a fome zero é o comércio intra-regional”, disse Benitez.(nacoesunidas.org)