27/08/2015 06h27
Pronatec aumenta oportunidades educacionais de trabalhadores por meio de cursos de formação inicial e continuada ou qualificação profissional.
Os trabalhadores que recebem o benefício do Bolsa Família, do governo federal, têm o perfil de possuírem baixa renda.
O pedreiro Antônio Martinez, 44 anos, estudou até o 1º ano do Ensino Médio e aprendeu a profissão de pedreiro na prática.
Em 2013, com a ajuda da equipe de assistência social da social, ele se inscreveu e fez o curso de qualificação profissional pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
Antônio mora em Anastácio, município do Pantanal sul-matogrossense, a 134 km da capital Campo Grande. A mulher, Francilene Viviane Rodrigues Moraes, de 37 anos, trabalha como diarista e recebe a complementação de renda no valor de R$ 220 do Bolsa Família.
Martinez fica irritado quando dizem que beneficiário do Bolsa Família não trabalha. “Quem recebe o benefício, trabalha. Eu trabalho, minha esposa trabalha. Mas meu rendimento é pequeno, é muito difícil.”
Para ele, é injusto o preconceito com as famílias de baixa renda. “Bolsa Família não acomoda, não. Muitos pais de família trabalham como eu. Mas quase não sobra para comer. É muita gente na minha casa, são seis pessoas.
Lá pro dia 10, dia 15, acaba a comida”, conta. “Tem mulher que trabalha mais que homem. Tem mulher que trabalha comigo de pedreira, pintora, azulejista. Elas fizeram curso comigo e pegavam na massa e trabalhavam como eu.”
O aperfeiçoamento lhe deu uma oportunidade única. Ele e outros formandos do Pronatec trabalharam na construção de 809 moradias inauguradas na semana passada na cidade. Além de ajudar nos alicerces, ele e sua esposa receberam a chave de uma das casas do Residencial Cristo Rei.
Se, até então, eles viviam em um barraco às margens do rio Aquidauana, constantemente invadido pelas enchentes, a partir de agora moram em uma residência com área privativa de 38 m², com dois quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço. E piso cerâmico em todos os ambientes.
Para Martinez, a casa significa segurança, saúde e proteção. “Quando eu morava na beira do rio, pegava água de balde. Tinha que ferver para beber”, conta emocionado. “Em noite de chuva, cansei de ir dormir com a água pra baixo do barranco e, quando chegava 3h da manhã, a água já estava um palmo para dentro da minha casa. Como eu ia sair sossegado para trabalhar e deixar minha família na beira do rio?”
Quando estava no período mais difícil de sua vida, impossibilitado de trabalhar por causa de um acidente de trabalho e sem dinheiro para pagar o aluguel, a ação rápida da assistência social de Anastácio protegeu sua família.
“Quebrei o pé ao cair de um andaime. Fiquei quatro meses de muleta, sem poder trabalhar. Foi o Bolsa Família e a assistência social que me ajudaram.”
Com o apoio das políticas socioassistenciais, a esposa Francilene resolveu que estava na hora de concluir os estudos. “Ela está fazendo o Ensino Fundamental no Ensino de Jovens e Adultos (EJA).
Está aprendendo agora a escrever, pois o pai dela trabalhava em fazenda e não deu tempo dela estudar. E ainda está fazendo os cursos de pintura e confeitaria pela prefeitura”, conta, orgulhoso, o marido.
O programa busca expandir e democratizar a oferta de cursos de educação profissional técnica de nível médio e de cursos de formação inicial e continuada ou qualificação profissional presencial e a distância para trabalhadores e cidadãos.
A iniciativa também reforma e amplia escolas que ofertam educação profissional e tecnológica nas redes estaduais.
As ações do Pronatec também aumentam as oportunidades educacionais aos trabalhadores por meio de cursos de formação inicial e continuada ou qualificação profissional, fortalecendo recursos pedagógicos para apoiar a oferta de educação profissional e tecnológica.(Ministério do Desenvolvimento Social, com informações do MEC)