07/09/2015 17h00
O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença crônica relacionada a alterações do sistema de defesa do organismo (sistema imunológico).
As células que deveriam defender de bactérias, vírus e outros agressores passam a não reconhecer o organismo e atacar o próprio corpo. Isso leva a uma reação inflamatória que afeta articulações, pele, mucosa (boca e nariz), rim, coração, pulmão, cérebro e outros órgãos além das células do sangue.
A causa do lúpus ainda é desconhecida, mas sabe-se que alterações hormonais (na puberdade), exposição ao sol (luz ultravioleta), infecções e estresse emocional podem desencadear a doença. Um componente genético leva o paciente a responder inadequadamente aos fatores desencadeantes.
O lúpus pode começar de uma maneira bem lenta com febre, falta de apetite, perda de peso, cansaço, dor e inchaço nas articulações e alterações na pele (como bochechas vermelhas), ou de uma maneira agressiva com alteração na urina e na função do rim, problema neurológico, diminuição das células do sangue (com anemia, diminuição das células brancas e das células da coagulação – leucócitos e plaquetas).
O envolvimento do rim é comum e pode levar a alterações na urina (como presença de sangue e proteína na urina), aumento da pressão arterial e perda da função do rim.
O tratamento consiste em medicações imunossupressoras (que impedem a resposta imunológica alterada, porém aumentam o risco de infecções). Algumas vezes essas medicações são dadas na forma de comprimidos e às vezes na forma de medicações endovenosas mensais, pode ocorrer a necessidade de internação.
A interrupção do tratamento sem orientação médica pode ter consequências sérias e irreversíveis, como piora importante da doença e risco de morte. A doença tem fases em que o paciente está controlado e fases em que a doença fica ativa.
A realização de exames e o acompanhamento periódico com o reumatologista pediátrico são importantes, assim como o uso correto da medicação e uso de protetor solar.
Há pacientes que podem ficar por longos períodos com poucos medicamentos, outros necessitam de medicação por toda a infância.
Com o diagnóstico precoce e o tratamento mais eficiente, a evolução do paciente com lúpus juvenil melhorou muito e as crianças estão se tornando adolescentes e adultos com boa qualidade de vida física e mental.(Pediatra Orienta - SPSP)
(Dra. Maria Teresa Terreri - Departamento Científico de Reumatologia da SPSP)