10/09/2015 08h30 - Atualizado em 10/09/2015 08h30
Laudo do Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL) de Mato Grosso do Sul atesta que o indígena guarany-kaiwá, Semião Fernandes Vilhalva, de 24 anos, morto durante conflito com fazendeiros estava em uma das propriedades invadidas em Antônio João.
Segundo o delegado da PF, Bruno Maciel, da PF, Semião foi morto entre 7h e 15h do dia 29 de agosto deste ano, momento em que ocorria conflito entre fazendeiros e indígenas, e não há como confirmar de onde partiu o disparo da arma de fogo.
No boletim de ocorrência registrado pela Polícia Civil após o crime, consta a informação de que Semião estaria bebendo água em um córrego quando foi atingido pelo tiro. Não há precisão sobre a distância entre a vítima e o autor dos disparos e nem relato de testemunhas sobre quem efetuou o tiro.
No dia 30, o Sindicato Rural de Antônio João informou que o indígena já estava morto há um dia e que o cadáver teria sido baleado após o confronto.
Retrospectiva
Segundo informações do Departamento de Operações da Fronteira (DOF), cerca de 40 indígenas armados com revólveres, facas e flechas ocuparam a fazenda em Antônio João, onde renderam uma família.
Eles teriam amarrado e agredido um adulto e dois adolescentes. Mulher e uma criança conseguiram escapar e refugiaram-se numa área vizinha, onde foram resgatadas pelo DOF. As demais vítimas foram liberadas sem confronto.
Os indígenas ocuparam outras três propriedades no dia 27 e outras quatro no dia 28. Segundo a Polícia Militar, após reunião com políticos na manhã de 29 de agosto, cerca de 50 fazendeiros foram até as propriedades ocupadas com objetivo de tirar os índios 'à força'.
No local, houve conflito. Logo depois, os indígenas entregaram para polícia o corpo de um indígena de 24 anos, morto em uma das fazendas. Ele estava próximo de um córrego quando foi atingido por tiros, de acordo com o boletim de ocorrência. O grupo de fazendeiros deixou a propriedade escoltado pela Força Nacional.