24/09/2015 15h38 - Atualizado em 24/09/2015 15h38
Flávio Verão
O conflito em Antônio João entre indígenas e fazendeiros não teve a participação de paraguaios. Quem confirma é o general Rui Matsuda, da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, Brigada Guaicurus.
Na manhã desta quinta-feira (24), ele recebeu assessores do Comando do Exército, do Senado Federal, da Câmara dos Deputados, do Tribunal de Contas da União e de Ministérios. Cerca de 20 profissionais conheceram de perto o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que vem sendo empregado de forma piloto em Dourados.
"São formadores de opinião e serão eles que vão decidir se o Sisfron terá ou não continuidade", diz o general, que já recebeu o vice-presidente Michel Temer e ministros do governo.
Antes de 'estourar' o conflito com ocupações de fazendas, chegou informação à Brigada que paraguaios estariam se infiltrando em meio aos indígenas e que mais paraguaios atravessariam a fronteira.
Rui Matsuda afirma que isso não ocorreu. Radares móveis adquiridos pelo Sisfron, capazes de vasculhar a presença de pessoas, seja a pé ou rastejando, bem como de veículos, em raio de até 10 km, não detectaram movimentação na fronteira, de pessoas que se somariam aos indígenas nas ocupações de terras.
A Brigada instalou equipamentos como esse em pontos diferentes da fronteira. "Essa travessia de paraguaios junto aos índios caiu por terra", disse o general durante reunião com os assessores. Foram ainda utilizados binóculos, também capazes de verificar veículos a uma distância de 10 km e conferir suas características a 5 km.
Luta por recursos
Até agora entre 50% e 60% da capacidade do Sisfron está implantado em Mato Grosso do Sul. A previsão era concluí-lo até o final do ano passado, mas devido a corte de verbas, não é possível prever quando será definitivamente implantado. Era previsto que seria empregado cerca de R$ 1 bilhão por ano, mas esse valor foi reduzido para R$ 250 milhões em 2015.
A reunião desta quinta, segundo Rui Matsuda, serviu para mostrar aos assessores a importância do Sistema. "A vinda deles é de suma importância para que entendam a lógica do Sisfron para mantermos o projeto e fazer com que eles tenham o entendimento que o Sisfron não é só um sistema de segurança, mas também de desenvolvimento econômico e social", garante.