Dourados
26/09/2015 08h06 - Atualizado em 26/09/2015 08h06
Da redação
Neste domingo, dia 27, acontece o Sarau das Mulheres Pantaneiras, a partir das 16 horas, na sede do Sindicato dos Docentes da UFGD (ADUF-Dourados). O evento é uma iniciativa para arrecadar roupas, alimentos e utensílios domésticos para as famílias indígenas que perderam tudo ao serem expulsas das áreas de retomada.
A organização do sarau está por conta do movimento Marcha Mundial das Mulheres, que se preocupa com as condições de vida dessas famílias indígenas. “Como cerca de 50% da população indígena das etnias Guarani e Kaiowá é composta por menores de 15 anos, é importante destacar que a maior parte das vítimas dos conflitos são crianças e jovens, além das mulheres. Pensamos na situação dessas mães que não têm comida, não tem uma panela para fazer o alimento dos seus filhos”, afirma a jornalista Stella Zanchett, que faz parte do movimento.
Organização internacional
A Marcha Mundial das Mulheres é um movimento feminista internacional presente em 96 países e em mais de 20 estados brasileiros. O movimento atua no sentido de promover debates e troca de experiências entre mulheres que trabalham com o enfrentamento da pobreza e da violência sexista. Assim são formuladas propostas de ações e de políticas públicas para melhorar a vida das mulheres.
Em Dourados, o movimento vem sendo organizado a partir de 2005, contando sempre com a participação de profissionais de diversas áreas, estudantes, sindicalistas. Em 2009, Dourados sediou o Encontro Estadual da Marcha Mundial das Mulheres. No ano de 2010 aconteceu a 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, quando 50 mulheres de Dourados e região se juntaram com outras 3 mil, caminhando de Campinas a São Paulo. Nessas atividades, as mulheres debatem seus cotidianos e experiências, denunciam situações de violência e opressão, buscam construir alternativas e políticas públicas para garantir seu direito à cidadania.
4ª Ação Internacional
Em 2015 a Marcha Mundial das Mulheres fará mais uma atividade de mobilização internacional. Desta vez, o invés de concentrar mulheres de todo o Brasil em uma só ação, serão realizadas atividades regionais.
Dourados será a sede da atividade na região Centro-Oeste do Brasil, recebendo 150 militantes dos direitos das mulheres, nos dias 10, 11 e 12 de outubro. Através de parcerias com ONGs, sindicatos e empresas o movimento está angariando recursos para a organização desse evento.
O objetivo é debater os “territórios das mulheres”. “Entendemos que cada mulher tem um território, cuja integridade e autonomia está sempre ameaçada. Seja o nosso corpo, seja dentro de casa na relação com os filhos e companheiros, seja no lugar onde trabalhamos ou estudamos, seja dentro de uma aldeia ou de um assentamento, em diversos territórios somos desrespeitadas ou desvalorizadas por sermos mulheres. Isso tem que ser debatido para que nós encontremos soluções que nos resguardem a segurança e a dignidade onde quer que estejamos, em todos espaços da sociedade”, explica Stella.