28/09/2015 10h20 - Atualizado em 28/09/2015 10h20
Redação Douradosagora
Lideranças indígenas estão posicionados no anel viário de Dourados onde representantes do Governo do Estado devem iniciar hoje os estudos para a implantação de cinco redutores de velocidade nas principais entradas da Aldeia Bororó.
Os deputados estaduais Zé Teixeira e José Carlos Barbosinha, juntamente com os vereadores Idenor Machado, Pedro Pepa e Aguilera de Souza - representante da comunidade indígena da Câmara, e Valdenir Machado, do escritório da Governadoria em Dourados, estão no trecho onde, semana passada, morreu um ciclista atropelado.
Após mais esta morte no anel viário, lideranças trancaram a rodovia de acesso ao aeroporto e campi da UFGD e UEMS. Um dia e meio depois, após promessa do governador Reinaldo Azambuja de implantar os cinco redutores, eles abriram a via prometendo novo protesto, caso o Estado falhasse em cumprir a promessa empenhada, dias atrás.
O início das obras dos redutores foi assegurada, dia 23, durante encontro do vereador Aguilera de Souza, o agricultor guarani, Aderson Machado e demais lideranças, com o governador do Estado, Reinaldo Azambuja.
Logo que retornou da Capital, Aguilera foi ao trecho bloqueado do anel viário, na região da Aldeia Bororó, acompanhado pelo presidente da Mesa Diretora da Câmara, Idenor Machado, e Valdenir Machado..
A Polícia Militar, através da Força Tática e o Grupo Especializado Tático Motorizado (Getam), reforçavam a segurança no local. O jornal Douradosagora acompanhou o encontro, que foi tenso. O vereador indígena apresentou a proposta firmada, por escrito, às lideranças que vinham se revezando no bloqueio do anel viário.
Aguilera assegurou que a obra começaria em poucos dias. “Técnicos da Agesul estarão em Dourados para fazer estudos na via a fim de ver os pontos e as medidas a serem tomadas”, disse o vereador ao jornal Douradosagora, semana passada.
Retrospectiva
Conforme noticiou o jornal Douradosagora, o caiuá Miguel Brites cruzava a rodovia quando foi atropelado por uma carreta Mercedes Benz, carregada de pedra brita. Miguel estava de bicicleta e foi socorrido em estado grave ao Hospital da Vida, porém não resistiu e morreu.
De acordo com testemunhas, o condutor ainda tentou desviar, jogando o caminhão para o lado. O mesmo fez o ciclista que acabou batendo na lateral da carreta e foi atropelado. Socorrido pelos Bombeiros e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Miguel Brites morreu antes de dar entrada no Hospital da Vida.
Aderson Machado, morador na aldeia Bororó, diz que o anel viário, também conhecido como perimetral norte, permaneceria fechado por tempo indeterminado. "Já derramou muito sangue nessa rodovia e está na hora de acabar", disse ele, que na companhia de amigos colocou tronco e galhos de árvores na rodovia. O bloqueio durou dois dias, terça e quarta-feira da semana passada.
Ano passado a comunidade indígena foi até o gabinete do ex-governador André Puccinelli pedir redutor de velocidades. Porém, segundo Anderson Machado, foram atendidos com o sistema de sonorizadores, dispositivo sobre a superfície da pista que provoca ruído quando o veículo passa, alertando o condutor para uma situação atípica à frente.
"Queremos quebra-molas para passagem de pedestre, como existe na MS-156, que também corta a reserva indígena, na Aldeia Jaguapiru. Não adianta esse outro dispositivo no anel viário, porque não reduz velocidade", afirmou ele revoltado com a situação.