01/10/2015 16h28
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, afirmou que o governo criou uma nova crise desnecessária com a articulação da criação do Partido Liberal, que possibilitaria a migração de deputados do PMDB para a nova legenda.
Segundo ele, a raiz da crise política atual está na tentativa de criar partidos políticos, que ele chama de artificiais, para tirar deputados e senadores dos partidos convencionais para formar uma nova base política.
"Isso foi palco de grande debate no primeiro semestre, foi palco de grandes brigas. Nós, inclusive, aprovamos uma nova lei sobre criação de partidos políticos. Nós reagimos aqui várias vezes com virulência com relação a esse tema”, lembra Cunha.
“Então voltar a esse tema, a ponto que atrapalhe a sanção da lei para as eleições do ano que vem, e o governo estar de novo concordando com o artificialismo de criar um partido para canibalizar a base, isso significa o seguinte: eles não aprenderam nada com a crise política. Continuam errando igualzinho", criticou.
Na opinião de Eduardo Cunha, o governo impôs uma incerteza sobre o tema que não é bom para o processo: "Por exemplo, se o governo veta o prazo de filiação, o prazo passa a ser sexta-feira (2), não daqui a seis meses, nos dá uma incerteza no processo absolutamente desnecessária".
Eduardo Cunha lembrou que a votação dos vetos da Reforma Política só podem ser votados após a análise dos demais vetos que trancam a pauta.
Nesta sexta-feira (2), termina o prazo para que os candidatos às eleições do ano que vem se filiem aos partidos, quando faltará exatamente um ano para as eleições municipais.
O presidente da Câmara afirma que não pode haver indefinições sobre as regras do processo eleitoral nesta semana e defende que o Senado vote a PEC da Reforma Política (PEC 113/2015), que inclui regras para o financiamento de campanhas, e já foi aprovada na Câmara.
"Seja para aprovar, para rejeitar, total ou parcialmente, mas deveria fazê-lo. Eu acho que esse assunto tem que ser esgotado. Aqui nós fizemos todo esforço possível, independente de quem ganhou ou perdeu”, ressaltou.
“Teve posições que eu fui vencido, teve posições que eu venci, na minha opinião, não na atuação. Mas pelo menos a gente exercer o nosso papel a tempo.
É importante que o Senado também aprecie a reforma, e o Congresso como um todo que aprecie os vetos, pois o ciclo precisa ser esgotado", acrescentou.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, reafirmou que começará a analisar os despachos de alguns pedidos de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff, já nesta semana.(Agência Câmara Notícias)