Dourados
03/10/2015 07h18
Valéria Araújo
Dourados registrou este ano 241 casos de câncer de mama. Os dados são de uma estatística feita pelo Hospital do Câncer de Dourados, com base nos atendimentos realizados entre pacientes que estão em tratamento. O número inclui 34 municípios da região. Ainda de acordo com o Hospital foram detectados 53 novos casos este ano, sendo 3 deles em homens. Em outubro do ano passado Dourados registrou 271 casos.
Para as autoridades em Saúde, são números consideráveis e que merecem atenção. Para o médico oncologista David Rodrigues Infante Vieira, a prevenção e detecção precoce ainda são as melhores medidas de combater a doença. Ele alerta para a importância do auto exame e da mamografia a partir dos 40 anos. “Em Dourados a maior incidência da doença ocorre a partir dos 40 anos, acompanhando as estatísticas nacionais. Por outro lado, o que se nota é que a doença tem avançado para públicos cada vez mais jovens. Estamos lidando com uma doença que pode parecer silenciosa já que o caroço é indolor e por isto é importante os exames frequentes”, alerta.
A detecção precoce aumenta em 90% as chances de cura. “Se 10 mulheres detectarem a doença n início, é possível que em 5 anos 9 delas estejam curadas. Se a doença for detectada em estágio avançado, das 10 pacientes, a chance é de que apenas uma sobreviva”, alerta.
O médico destaca ainda alguns fatores de risco como os genéticos/hereditários, que estão relacionados à presença de mutações em determinados genes, especialmente BRCA1 e BRCA2. Mulheres que possuem casos de câncer de mama em parentes de primeiro grau, sobretudo em idade jovem também tem uma probabilidade maior de contrair a doença”, alerta.
O médico também destaca como fatores de risco registro de menarca precoce (idade da primeira menstruação menor que 12 anos), menopausa tardia (após os 55 anos), primeira gravidez após os 30 anos e traumas psicológicos. “Fato que vem chamando a atenção é que a cada vez surgem mais pacientes que passaram por um evento muito triste como a perde de entes queridos”, destaca.
David avalia que hoje a cidade de Dourados oferece de forma completa todo o tratamento da doença via Hospital do Câncer e que a partir da detecção da doença, o prazo máximo para iniciar os atendimentos dura de 15 a 20 dias, superando a lei nacional que prevê o máximo de 60 dias para oferecer a vaga ao paciente. Por outro lado, ele diz que as reconstruções mamárias e demais tratamentos estéticos ainda são distantes da paciente do Sistema Único de Saúde (SUS). “Buscamos, juntos com todas as entidades parceiras, oferecer um tratamento humanizado aos pacientes para que se sintam de fato acolhidos e possam dar o melhor de si no tratamento da doença”, explica, observando que o Inca previu 770 novos casos da doença no Estado para o ano de 2014.
PROGRAMAÇÃO
A Associação de Combate ao Câncer está organizando ampla programação durante o mês para incentivar as mulheres sobre a importância da prevenção. De acordo com uma das organizadoras, Maria Aparecida Palmeira, estão previstas uma audiência Pública na Câmara de Vereadores com proposição da vereadora Virgínia Magrini, no próximo dia 29. Além disso haverá palestras em postos de Saúde, a 1ª Caminhada para Todas as marias, em alusão a luta por direitos iguais na rede pública e privada e a 6ª Caminhada das Vitoriosas, que venceram o câncer.
A expectativa é de atrair mais de 200 pessoas. Paralelo a isto a Associação vende camisetas ao preço de R$ 20. Toda a renda é utilizada para materiais de informações a população de Dourados. O presidente da Associação, Hédio Fazan diz que em setembro inicia a campanha de combate ao câncer de próstata na região em parceria com o Laboratório JP Mansour com mais de 1.5 mil exames na região.
