Dourados
08/10/2015 08h41 - Atualizado em 08/10/2015 08h41
Mulheres de toda a região estão convidadas para conhecer o movimento, presente em 96 países
Douradosagora
Cerca de 150 mulheres do Centro-Oeste do Brasil estarão reunidas em Dourados participando da 4ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres. Este movimento feminista está presente em 96 países, e em Dourados há um núcleo que realiza ações desde 2005.
O enfrentamento à violência e à pobreza é o principal debate da Marcha Mundial das Mulheres. Neste final de semana, as participantes do movimento estarão reunidas no SIMTED, para palestras, atividades culturais e um ato público. O tema é a defesa dos territórios e o fim da violência contra as mulheres do campo, as indígenas, as estudantes e trabalhadoras de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Brasília.
Ações em Dourados
O núcleo da MMM de Dourados já realizou diversas atividades cobrando dos representantes políticos que se faça melhorias em prol da qualidade de vida das mulheres. Em diversas ocasiões foram feitos movimentos pela manutenção da casa abrigo, por uma delegacia da mulher 24 horas, em defesa da rede de economia solidária, por mais vagas nas cheches, pela implantação urgente do hospital da mulher e da criança junto ao HU.
Uma pauta recente é a situação das comunidades indígenas, onde o poder público ainda atua de forma deficiente. Nas aldeias, as mulheres indígenas vivem a dificuldade de acesso à Saúde e Segurança. Outra problemática é a ineficácia da educação nas aldeias, que ainda não garante qualificação para o mercado de trabalho nem o respeito às origens culturais indígenas. Além disso, a demora em definir a demarcação de áreas indígenas expõe centenas de mulheres e crianças à situação de risco de morte constante e péssimas condições de vidas em áreas de retomada.
Programação
Todas as mulheres de Dourados e região são bem-vindas na 4ª Ação da Marcha Mundial das Mulheres. A abertura do evento será no sábado a noite, a partir das 19 horas, na sede do SIMTED, na rua Maria da Glória, nº 670, bairro Vila industrial. Na mesa de abertura haverá representantes do movimento de mulheres camponesas, mulheres negras, jovens estudantes, indígenas, mulheres transexuais, e do movimento popular de mulheres de Dourados.
No domingo, a partir das 8 horas haverá um debate sobre a realidade das mulheres camponesas, as dificuldades que elas enfrentam para ter acesso à terra e para usufruir de políticas de financiamento agrário, de assistência técnica, e de educação e lazer. Outra discussão importante será sobre o cotidiano das mulheres indígenas nas aldeias e retomadas de Mato Grosso do Sul.
Após o almoço, as mulheres vão participar de oficinas culturais de fotografia, produção de jornais independentes, e de divulgação. Haverá também oficinas de formação sobre temas como tráfico de mulheres, divisão sexual do trabalho, e diversidade no feminismo.
O evento será encerrado com um ato público, no qual as mulheres vão apresentar suas demandas e reivindicações. Na sequência uma dança circular deve celebrar a união das mulheres que buscam em seu dia-a-dia uma vida melhor para todas.