09/11/2015 15h27

‘Estamos construindo uma agenda pós-ajuste fiscal’, diz presidente do Ipea

Instituto conduz estudos sobre inovação, tributação e mercado de trabalho para indicar caminhos para a retomada econômica.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) está empenhado em elaborar uma “agenda pós-ajuste fiscal”.

O objetivo é apresentar propostas que apontem caminhos possíveis para a retomada do crescimento econômico, a partir da “seleção de temas onde havia capacidade instalada no Ipea, ou seja, onde havia pesquisas em andamento, enquanto outras novas foram iniciadas”. A explicação é o do presidente do órgão, Jessé Souza.

Para seguir nesse caminho, os temas selecionados são educação, infraestrutura, inovação, mercado de trabalho e tributação.

“Nós escolhemos áreas que são prioritárias no pós-ajuste. A gente sabe, como disse a presidente Dilma Rousseff, que o ajuste é uma ponte.

Então, todo nosso esforço, como foi para construir já um diálogo e uma interlocução com as questões que são decisivas para essa agenda pós-ajuste”, afirma em entrevista ao Portal Brasil.

Jessé antecipa que haverá também sugestões do Ipea na área da regulação para estimular investimentos em infraestrutura.

A abordagem, segundo ele, é compatível com as atribuições assumidas pelo Ministério do Planejamento, responsável pelo Programa de Investimento em Logística (PIL), que prevê R$ 198,4 bilhões de investimentos em aeroportos, ferrovias, portos e rodovias.

Isso porque, após passar os últimos anos respondendo ao extinto Ministério, a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), o Ipea volta para o domínio do Planejamento para reforçar o que Jessé classifica como “DNA de assessoramento ministerial”.

“Mas é claro que a gente quer ampliar o trabalho do Ipea de interlocução para oferecer a nossa competência também nesse momento de dificuldade econômica que o País atravessa. Daí o por que a gente fez essa agenda”, observa.

O presidente do Ipea afirma ainda que a intenção não será entrar em debates ideológicos sobre condução da política econômica, mas discutir “uma questão que se impõe para boa gestão do Estado num contexto em que não há mais tanto dinheiro como existia antes” para preservar o “aparato de bem-estar social que foi a grande herança dos últimos 15 anos”.

A educação e a melhoria dos níveis de produtividade do trabalhador brasileiro ganham, assim, prioridade. O tema está em sintonia ao que os economistas têm debatido. Ou seja, a necessidade de melhorar a relação entre trabalhador, empresa e resultado do trabalho.

De acordo com Jessé, o Brasil precisa estimulara o desenvolvimento de “conhecimento de ponta e universalizado para a sociedade”. Assim como formas para “o conhecimento entrar depois como um fator multiplicador” de uma produtividade mais eficiente.(Portal Brasil)