Dourados
27/11/2015 16h47 - Atualizado em 27/11/2015 16h47
Construtora fechou acordo de delação e leniência com a PGR e vai contar sobre subornos ligados em obras do governo
Época
A construtora Andrade Gutierrez fechou acordo de delação e leniência com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e com a força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, afirmou nesta sexta-feira (27) o jornal Folha de S. Paulo. A empreiteira também aceitou pagar a maior multa da operação, de cerca de R$ 1 bilhão, e vai contar que pagou propina em obras da Copa do Mundo, da Petrobras, da usina nuclear Angra 3, em Belo Monte e na ferrovia Norte-Sul.
A Andrade Gutierrez, segunda maior empreiteira do país, foi acusada junto com a Odebrecht, a primeira, de ter pago R$ 632 milhões em suborno por contratos com a Petrobras. O dinheiro era pago a servidores públicos para que não pusessem obstáculos nos negócios.
A ÉPOCA, a empreiteira afirmou que "não vai comentar" a reportagem da Folha. A PGR, a Justiça Federal do Paraná e o Ministério Público Federal do Paraná não confirmam o acordo.
O intuito da construtora, de acordo com o jornal, é se livrar da proibição de fechar contratos com o poder público, consequência do rótulo de "empresa inidônea" que o governo pôs nela após as investigações da Lava Jato. Quase metade da receita da Andrade Gutierrez vem de obras contratadas pelo governo.
Na Copa do Mundo, a Andrade Gutierrez participou das reformas nos estádios Maracanã (Rio de Janeiro), Mané Garrincha (Brasília), Beira-Rio (Porto Alegre) e Arena Amazonas (Manaus).
Três executivos da construtora, incluindo o presidente Otávio Azevedo, foram transferidos em definitivo do Complexo Médio Penal, em Pinhais (PR), para a carceragem da Polícia Federal (PF) por segurança. A transferência facilitará os depoimentos na delação.
