Dourados
28/11/2015 07h28
Realizou-se nos dias 9 a 11 deste mês, em São Paulo, o III Seminário Internacional "Qualidade dos Serviços de Acolhimento de Crianças e Adolescentes: o cuidado como um direito humano". Organizado pelo NECA (Associação de Pesquisadores de Núcleos de Estudos e Pesquisas sobre a Criança e o Adolescente) e com o apoio e participação de um grande número de parceiros, entre entidades da sociedade civil, representantes do Poder Judiciário, das diversas esferas governamentais, do UNICEF e da FICE International, o seminário não teria sido possível sem o apoio das demais entidades participantes do conselho gestor da campanha “Cuida bem de MIM!”:
Berço de Cidadania, Plan International, Save the Children, Aldeias Infantis SOS, Instituto Fazendo História, Rede Não Bata, Eduque!.
Este encontro reuniu aproximadamente 300 participantes, provenientes de 97 municípios de 20 estados brasileiros, e serviu de lançamento em nosso território, para a campanha “Cuida Bem de MIM!”, que, conforme descrito em artigo anterior para o Promenino, é uma campanha internacional voltada para o bem cuidar de crianças e adolescentes sujeitos a cuidados não parentais, acolhidos, tanto institucionalmente, como por programas de acolhimento familiar e alternativos.
Também foi lançada a Rede Fice Brasil, que passa a se organizar em articulação com a Fice International.
O evento contou com a participação de palestrantes e debatedores internacionais, da Escócia, Hungria, Áustria, África do Sul, Romênia, Suíça, Chile e Colômbia.
Foi coordenado pela psicóloga Dayse Bernardi, com o apoio da pedagoga Isa Guará, ambas do Comitê de Desenvolvimento de Projetos e Pesquisas do NECA.
Foram três dias de profundo e intenso intercâmbio, não apenas entre as entidades e público participante, como também entre as áreas do cuidado: saúde, educação, assistência, defesa de direitos, organizados em reuniões plenárias e discussões de grupo, em formato de diálogos temáticos, voltados a cada um dos eixos da campanha e intercâmbio de experiências.
Os diálogos temáticos foram dirigidos por entidades com expertise no trato de cada um dos temas, buscando aprofundar com os participantes os conceitos e formas de atuação para se obter resultados efetivos em cada uma dos eixos de atuação propostos.
Já o intercâmbio de experiências permitiu ao participante conhecer realidades e formas de atuação diferentes da que atua no seu cotidiano, abrindo a possibilidade de agregar novas práticas e abordagens à prática do cuidado. Permitiu, também, tomar conhecimento de como as diferentes culturas determinam a abordagem das questões do cuidado, seja comunitariamente ou institucionalmente.
No final da jornada, a sensação que tínhamos, participantes e equipe era a de, além de um natural cansaço, uma imensa alegria por ter participado deste processo.
Enche-nos de esperança ver tanta gente dedicada à busca das necessárias melhorias na qualidade do atendimento e da prevenção da perda de cuidados parentais, e a sinergia que houve, nestes dias tão mágicos, entre os participantes, sejam entidades, convidados, representantes de organizações, de governos ou trabalhadores no acolhimento.
Esperamos (e já estamos trabalhando neste sentido), contar com o apoio estas organizações e buscar recursos para permitir a reprodução deste evento em Seminários Regionais, a se realizarem no primeiro semestre de 2016, construindo, junto com atores locais, esta campanha em cada uma das regiões do Brasil.
###Eixos da campanha (1). Toda criança e adolescente é sujeito de direitos ativo e participativo.
(2). Todas as às necessidades específicas, de cada criança e adolescente, devem ser respeitadas.
(3). Ser bem cuidado é um direito humano fundamental.
(4). Toda criança e adolescente deve viver e conviver em ambientes protetores e seguros.
(5). Toda relação de cuidado dever ser pautada no afeto, carinho, respeito e compreensão do outro.
(6). Todo(a) cuidador(a) deve receber apoio, atenção, formação e ajuda em sua tarefa do bem cuidar.
(7). Toda a prática de cuidado deve privilegiar processos educativos de promoção da autonomia e do desenvolvimento integral das crianças e adolescentes.
(8). A família, estado e toda sociedade devem atuar de modo integrado no bem cuidar de criança e adolescente.
(1). Proteção comunitária: mecanismos comunitários de proteção.
(2). Cuidando das famílias de origem, acolhedoras e adotivas.
(3). O cuidado e a educação de crianças de 0 a 3 anos de idade e a questão dos serviços de acolhimento.
(4). Cuidando de quem cuida: a formação permanente dos cuidadores e educadores dos serviços de acolhimento.
(5). A importância da história de vida na construção da identidade de crianças e adolescentes.
(6). Cuidando de crianças e adolescentes vítimas de violência.
(7). Cuidando dos adolescentes e jovens acolhidos e de suas especificidades.
(8). Planos Individuais de Atendimento e Audiências Concentradas.(Promenino / Fundação Telefônica)
