Liderança que não descarta fechamento da rodovia federal BR-463, em protesto e para reivindicar a recuperação a rua conhecida como Corredor 4
Liderança não descarta fechamento da rodovia federal BR-463, em protesto e para reivindicar a recuperação do Corredor 4
Por: Maria Lucia Tolouei - 28/03/2016 09h49
Vídeo e fotos: Cido Costa/Douradosagora
Moradores na Sitióca Campina Verde coletam assinaturas em abaixo-assinado para encaminhar ao Ministério Público, pedindo providências para barrar erosão que avança sobre casas naquele bairro de Dourados.
Conforme noticiou o Jornal Douradosagora, na quarta-feira (23 de março), as famílias estão ilhadas por conta da valeta que aumenta e tira o direito de ir e vir.
O vigilante Almir Ramos Melgarejo, de 26 anos, casado e pai de uma filha pequena, chamou o Douradosagora para falar sobre a preocupação dos moradores.
"Estamos ilhados e, com as últimas chuvas, a situação piorou. A valeta desbarrancou ainda mais, estourou a rede de água. A Sanesul fez o conserto emergencial, mas pode se romper novamente, tanto a rede como as instalações que ligam às casas porque esta erosão avança", diz preocupado.
Segundo Melgarejo, dependendo do dia não passa lixeiro e não tem como transportar mudança. "É tudo no braço, descarregamos os móveis, atravessamos a passarela provisória e levamos a pé para dentro de casa", desabafa.
Melgarejo e outros moradores da Sitióca Campina Verde estão organizando documento para ser entregue à Promotoria. Ele conta que esteve, semana passada, na Secretaria Municipal de Obras, onde foi informado por um assessor que a prefeitura tem um cronograma de serviços para aquele bairro mas que não há prazo para serem executados, por conta das chuvas.
"O problema se arrasta desde outubro do ano passado", diz Melgarejo que não descarta fechamento da rodovia federal BR-463, em protesto e para reivindicar a recuperação da rua conhecida como Corredor 4.
O jornal Douradosagora, novamente acionado pelos moradores, esteve no local nesta segunda-feira, onde registrou imagens do bairro ameaçado pela erosão.
O aposentado José Ferreira da Silva, de 75 anos, que reside no Campina Verde desde agosto do ano passado, disse, em recente entrevista ao Douradosagora que dois meses depois, em outubro de 2015, água de mina que escorre dia e noite começou a 'cavar' buracos no corredor de número 4. As recentes chuvas torrenciais pioraram a situação, dificultando o acesso.
Segundo Silva, a água vem de uma mina que está localizada num loteamento vizinho, recém implantado. "Quando começou a expandir, o bairro, minas ali existentes foram prejudicadas, 'estouraram' e a aguaceira não para de correr em direção ao Campina Verde.
O aposentado foi obrigado a construir uma pequena passarela, improvisada com tábuas, para atravessar a valeta, que se alarga dia a dia, e chegar na casa.
O jardineiro Wagner Caetano, de 40 anos, também se queixa dos transtornos causados pela erosão, que avança no Campina Verde. Os moradores contam que já levaram o caso para a Secretaria Municipal de Obras mas as informações são desencontradas. "Lá, dizem que é responsabilidade da empreiteira que construiu o loteamento vizinho", conta Caetano.
A situação é grave, explica. Tem padrão de energia caído, canos expostos e a erosão já está bem perto das casas, o que pode ameaçar as fundações e todo investimento de uma vida inteira, reclamam.
Caetano conta que as valetas isolam não apenas os moradores como também quem precisa, por exemplo, fazer entregas no bairro Campina Verde. Ele comprou alguns materiais de construção que ainda não foram entregues. "A loja não sabe como vai chegar aqui. E tem outras famílias com o problema semelhante", desabafa Caetano.
Outras pessoas, que também reclamaram mas preferiram não se identificar, contam que alguns estão tentando melhorar a condição de vida mas o problema da erosão barra qualquer investimento.