A especialista levou os pais a sua própria infância por meio de uma técnica de regressão mental, apresentou acessórios que podem ajudar na tarefa – desde os comercializados até a técnica de pintar copos descartáveis para transformá-los em personagens
A contadora de história e professora de teatro Rejani Vendramini e sua auxiliar, Rudiane Bottan, apresentaram um novo universo da literatura infantil aos pais, para que eles mudem a relação deles e dos filhos com as histórias tradicionalmente lidas antes da criança dormir.
Douradosagora - 22/04/2016 11h43
O destino de uma geração de leitores começou a ser modificado no último sábado, dia 16 de abril. É que para marcar o Dia do Livro Infantil e dar o pontapé inicial no projeto de leitura da Educação Infantil (ainda sem nome), a equipe EIC proporcionou uma oficina de contação de histórias voltada para os adultos. A contadora de história e professora de teatro Rejani Vendramini e sua auxiliar, Rudiane Bottan, apresentaram um novo universo da literatura infantil aos pais, para que eles mudem a relação deles e dos filhos com as histórias tradicionalmente lidas antes da criança dormir.
A especialista levou os pais a sua própria infância por meio de uma técnica de regressão mental, apresentou acessórios que podem ajudar na tarefa – desde os comercializados até a técnica de pintar copos descartáveis para transformá-los em personagens – e apresentou parte do acervo da biblioteca literária, indicando o tipo de livro que se encaixa no interesse de crianças de diferentes idades. Rejani ainda deu dicas de importação de voz, o que torna a leitura mais interessante aos pequenos.
"Como não ouvi histórias quando era criança, fica mais difícil para mim. Ainda não estou pronto para ser um contador de histórias, mas a escola vai me ajudar", disse Wilian Romeira, com o filho nos braços. Ele reconhece a importância da literatura na vida do filho e diz que vai mudá-lo desde já, uma vez que está disposto a transformá-lo em leitor.
Camila Tavares da Silva Zampieri, que já foi aluna da EIC, classificou como fantástica essa iniciativa da Educação Infantil. Para ela, os filhos esperam que os pais esqueçam sua rotina quando chegam em casa à noite e reconhece o quanto é importante a família estender a vivência do "mundo de fantasia" apresentada às crianças na escola. "Assim, você cria um vínculo muito maior com seu filho, com a escola e com você mesma. Você se descobre, volta ao seu tempo de infância, ensina seu filho a ter a infância dele num mundo que hoje está saturado, que deixa a fantasia das crianças de lado e as faz o verem como ele realmente é", considera ela.
Os pais presentes acabaram reivindicando outros encontros, mais voltados para técnicas e práticas e já começaram a articular grupos de trabalho. Eles também levaram "lição de casa": devem sugerir um nome para o projeto de leitura, que será escolhido por sorteio entre os indicados. A proposta é que se inscrevam como contadores de histórias para participarem desse momento na escola, após o treinamento, nas diferentes turmas da Educação Infantil.
Elizete Filipe, que é professora de língua portuguesa, portanto bem próxima desse universo, é uma das mães que saíram do encontro com propósito definido: o grupo, já formado, vai ensaiar a representação do livro "A casa sonolenta", de Audrey Wood, para depois apresentar aos alunos. A professora fez uma análise positiva da iniciativa: "achei legal essa interação com outros pais. Assim, a história se torna muito mais interessante do que com uma pessoa, sozinha, contando. É uma iniciativa importantíssima porque quando a família lê, dá o exemplo, a criança desde pequena vai aprendendo a importância da literatura".