Dourados
Devido a grande importância para a integração humana, principalmente social e profissional, dentro da comunidade, desordens vocais (Disfonias) são muito notadas e censuráveis.
Por: Ademir G. Baena * - 25/05/2016 11h22
A voz é uma das extensões mais fortes da personalidade humana, é o meio essencial de alcançar o outro, é uma das funções indispensáveis nas quais a vida social é baseada.
O termo qualidade vocal é usado para designar o conjunto das características que identificam uma determinada voz humana, relacionando-se com a impressão total causada pela mesma. Ela fornece informações que vão desde as características físicas de um determinado indivíduo , seu estado emocional, até sua formação educacional.
Devido a grande importância para a integração humana, principalmente social e profissional, dentro da comunidade, desordens vocais (Disfonias) são muito notadas e censuráveis.
A Disfonia representa qualquer dificuldade na emissão vocal que impeça a produção natural da voz, seja por alterações orgânicas ou funcionais, sendo que dentre esta última os nódulos vocais aparecem como alterações orgânicas secundárias.
Os nódulos também são conhecidos como nódulo laríngeo, cordite nodosa, nódulo do professor, entre outras. São mais freqüentes em crianças do sexo masculino e após os 20 anos de idade, no sexo feminino, com cerca de nove vezes maior em relação ao sexo masculino.
Geralmente, podemos encontrar nódulos vocais em crianças que abusam da voz, gritam muito, imitam vozes de animais ou outros comportamentos inadequados; locutores, parlamentares, advogados, cantores, membros de corais, principalmente professores.
O abuso vocal, uso inadequado da voz, favorecido pela falta de conhecimentos sobre a produção vocal, pela ausência de noções básicas sobre a voz, o que pode levar o indivíduo a selecionar ajustes motores impróprios a uma produção normal da voz, alergias, fatores psicoemocionais , distúrbios endócrinos, pigarros constantes e outros, são fatores predisponentes à formação dos nódulos vocais.
A variação dos sintomas é grande, desde a ausência do mesmo - cerca de 15% dos indivíduos portadores de nódulos vocais - até a afonia completa.
O sintoma mais comum é a rouquidão, estando geralmente associada à fadiga vocal, com a voz sendo melhor no período da manhã e com piora no decorrer do dia. Outros sintomas são citados, como ardência, queimação, sensação de corpo estranho, cansaço ao falar etc.
O tratamento de eleição dos nódulos vocais é a terapia vocal, podendo resultar numa reabsorção dos mesmos ou na melhora sintomática do paciente, tanto na fonação como no cansaço vocal. Na verdade, o sucesso do tratamento depende da qualidade da reabilitação vocal ministrada, da dedicação do paciente aos exercícios propostos e à execução das alterações do comportamento vocal sugeridos, eliminando os maus hábitos vocais, elegendo uma conduta apropriada para o uso da voz.
O tratamento cirúrgico é realizado nos casos de insucesso na terapia vocal, e após a remoção cirúrgica, em casos específicos o paciente deverá ser encaminhado para a terapia.
*Fonoaudiólogo, especialista em voz
