Dourados
O serviço ocorre em alguns postos, para atender à uma população específica - fumantes de todas as idades, residentes naquela área de atuação dos agentes de saúde da família. "Pelo menos metade deixa o cigarro", diz coordenadora
Por: Maria Lucia Tolouei - 30/05/2016 08h45
A luta contra o tabagismo, conhecido como "mal de destruição em massa", conta com poderoso aliado em Dourados. O programa implantado há alguns anos ocorre em postos, para atender à uma população específica - fumantes de todas as idades, residentes naquela área de atuação dos agentes de saúde da família.
A coordenadora administrativa da unidade do Bairro Izidro Pedroso, Celina Ramos dos Santos Barros, disse em entrevista esta manhã ao Douradosagora que o serviço iniciado em 2015 já atendeu dezenas de fumantes cadastrados durante visitação dos agentes. O primeiro grupo deste ano vai concluir etapa mês que vem e outro inicia o trimestre com encontros todas as quartas-feiras, às 14 horas. Vale lembrar que as vagas já estão preenchidas.
Durante as reuniões, troca de experiências entre os que desejam se livrar do tabaco reforça o serviço prestado por equipe multiprofissional que conta com suporte do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf).
O Nasf leva atendimentos em nutrição, fisioterapia e psicologia aos usuários. Os usuários recebem orientações sobre a melhor alimentação para ajudar a vencer o vício do tabaco; fazem exercícios para fortalecer o organismo e contam, ainda com orientação psicológica.
De acordo com a coordenadora, o resultado do programa é gratificante. "Pelo menos metade deixa o cigarro e muitos poucos voltar a fumar", conta Celina.
Segundo a coordenadora, os fumantes cadastrados pelos agentes durante a visita domiciliar, chegam à unidade bastante empenhados. Uma boa parte é paciente crônico, tem diabetes, sobrepeso, hipertensão ou cardiopatia e, por isso, buscam no programa a saída para uma melhor qualidade de vida.
Durante o processo, que dura um trimestre, eles recebem todo tipo de orientação necessária para abandonar o cigarro, incluindo medicamentos gratuitos que retiram na farmácia das unidades. Dependendo do caso, fazem uso de adesivos, pastilhas e até fármacos via oral. Tudo pelo Serviço Único de Saúde (SUS).
Na região da Unidade de Saúde do Izidro Pedrozo já são 15 mil pessoas cadastradas. A demanda é grande e os grupos têm número limitado para que o atendimento seja o melhor possível.
Santo André
A Unidade de Saúde do Jardim Santo André também inicia programa contra o tabaco. Segundo a coordenadora do Programa de Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde, Maura Oviédo, são 24 vagas que, a princípio, vão atender a tabagistas cadastrados junto àquela unidade. A triagem, para este grupo específico, está marcada para o dia 13 de junho.
Maura Oviedo disse ao Douradosagora que, após esta primeira etapa de três meses, outras vagas serão disponibilizadas para toda comunidade fumante do Jardim Santo André.
Sem tabaco
No Dia Mundial sem Tabaco, em 31 de maio, várias ações ao redor do mundo estão planejadas para alertar contra o tabagismo que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), causa mais de 50 tipos diferentes de doenças e mata mais de seis milhões de fumantes todos os anos, ao redor do mundo.
O cigarro, que tem quase cinco mil componentes tóxicos, responde pela maior parte dos casos de câncer de pulmão e vias respiratórias, além de metade de outros cânceres.
Durante a gravidez, o fumo pode causar aborto espontâneo, nascimentos prematuros, bebês com baixo peso, mortes fetais e de recém-nascidos, gravidez tubária, deslocamento da placenta, episódios de sangramentos, entre outros.
Os que convivem com pessoas que fumam são consideradas fumantes passivos porque, via de regra, aspiram a fumaça e estão sujeitos, da mesma forma, a contrair doenças decorrentes do tabagismo.
