Por: Da redação - 29/08/2016 14h49
Um ‘Hotel de Abelhas’, como forma de residência de abelhas e vespas solitárias*, foi criado na UFGD como um dos instrumentos que auxilia na conservação e preservação dessas populações. O projeto é coordenado pelo professor doutor Samuel Boff, da Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais – FCBA.
Segundo o professor, populações de abelhas estão diminuindo em todo o mundo e como elas são importantes para o sucesso reprodutivo das plantas, através da polinização - a diversidade biológica e a produção de alimentos - correria sério risco. "As populações de abelhas estão diminuindo e oferecer residências a elas serviria como incentivo à polinização das plantas do entorno. A instalação dessas residências também permite o retorno das abelhas ao ambiente, sendo uma importante prática para produtores rurais que dependem da presença de abelhas como polinizadoras", enfatizou Samuel.
Dentre as atividades que prejudicam as abelhas estão o desmatamento, a monocultura e o uso de pesticidas em lavouras. Conforme dados divulgados em material informativo distribuído pelo pesquisador, 70% a 80% das plantas com flores dependem das abelhas para produzir frutos e sementes. Além da implantação de hotéis de abelhas, outras ferramentas importantes para a conservação e preservação destes insetos polinizadores são a educação e conscientização sobre a importância delas para a biodiversidade e produção de alimento, bem como o cultivo de flores que atraem as espécies. As abelhas somam mais de 20 mil espécies descritas em todo mundo, sendo 80% delas solitárias.
Segundo o professor, esse é o primeiro ‘Hotel de Abelhas’ de Mato Grosso do Sul. Ele foi construído pela equipe de manutenção e conservação da UFGD, sob coordenação do próprio pesquisador da FCBA. A casa é de madeira resistente e oferece cavidades, de diferentes tamanhos, para as abelhas em troncos, bambus e tocos. Ela deve ficar próxima de árvores e plantas e, de acordo com o professor, ficar voltada para o hemisfério Sul e ter a face para o N, NE ou NO.
"Queremos fazer estações menores e levar a ideia para as escolas. É preciso ter um envolvimento maior das pessoas sobre o que está acontecendo com as abelhas e as consequências para a produção de alimento. Além disso, vamos conhecer as espécies da região e fazer um monitoramento para conservação e conscientização", disse o professor.