Desde o início da greve, o Simted encaminhou ofícios no sentido de que se "abra as contas" da Educação no município, questionando a aplicação dos recursos da pasta, que apresenta vários indícios de problemas de gestão.
A assessoria do sindicato diz que estão 100% sem aula as escolas Aurora Pedroso de Camargo, Arthur Campos Mello, Elza Farias, Sócrates Câmara, Efantina de Quadros, Clori Benedetti, Vereadora Albertina, Armando Campos Belo, Álvaro Brandão e Franklin Azambuja
Por: Douradosagora - 02/09/2016 10h03
fotos e vídeo: Cido Costa/Douradosagora
Professores em greve se reuniram em assembleia geral na sede do Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados, esta manhã, para discutir os rumos da greve que chega aos 70 dias e pedir a instalação de uma CPI.
Também participam da reunião, servidores do setor administrativo e os vereadores Délia Razuk, Marcelo Mourão, Dirceu Longhi, Idenor Machado, Cido Medeiros, Sérgio Nogueira, Madson e Elias Ishy.
A direção do Simted voltou a pedir ao presidente da Mesa Diretora do Legislativo douradense, Idenor Machado, que instale uma sindicância para averiguar as contas da Educação. Por outro lado, o vereador disse que isto não seria possível já que não haveria indícios suficientes.
Segundo noticiado pelo Douradosagora, a paralisação na Rede Municipal de Ensino de Dourados é uma das mais longas da história da cidade e ganha força, agora com 10 escolas fechadas, aponta o Simted .
A assessoria do sindicato diz que estão 100% sem aula as escolas Aurora Pedroso de Camargo, Arthur Campos Mello, Elza Farias, Sócrates Câmara, Efantina de Quadros, Clori Benedetti, Vereadora Albertina, Armando Campos Belo, Álvaro Brandão e Franklin Azambuja.
As portas das unidades foram fechadas recentemente e as atividades totalmente paralisadas, segundo o sindicato. Diversas outras unidades permanecem com as atividades parciais, como a escola CAIC e o Ceim Mário Kumagai. Nesta última semana, mais escolas ameaçam fechar as portas e diversos trabalhadores estão aderindo e outros retornando para greve. A tendência, na avaliação do Simted, é que o movimento grevista se fortaleça nesse momento de políticas de retiradas de direitos sociais e trabalhistas.
Ameaças à conquistas históricas - como aposentadoria, 13º salário, férias e cortes na saúde e educação - vêm mobilizando, não só o funcionalismo público, mas diversas categorias na luta contra esses ataques.
Não cumpriu
No último dia 22 de agosto, segundo o Simted, a prefeitura realizou uma reunião no Centro Administrativo Municipal com uma comissão representativa do sindicato da categoria. Estiveram presentes o Procurador Geral Ilo Rodrigo de Farias Machado, o secretário de Fazenda Alessandro Lemes Fagundes e o Diretor de Contabilidade Rosenildo da Silva França.
Durante a negociação, os técnicos da prefeitura reafirmaram a promessa de implantação do Plano de Cargos e Carreira (PCCR) do Grupo Administrativo. Eles ainda realizaram uma proposta de fixar a incorporação do Magistério Municipal também a partir do mês de outubro. O retroativo, relativo ao mês de abril (data de implementação prevista em lei) seria pago em três parcelas: outubro, novembro e dezembro. A reunião entre os técnicos e a comissão do Simted foi registrada em ata e assinada por todos os presentes, inclusive pelos servidores que negociaram com a categoria.
Discutido em assembleia geral, um documento foi redigido pelo Simted e protocolado na prefeitura, no dia 23 de agosto, aceitando a proposta verbal e registrada em ata pelos grevistas. O sindicato condicionou a suspensão da Greve à publicação da tabela de incorporação em Diário Oficial. Caso o Magistério não recebesse o direito previsto em lei a partir de outubro, uma nova paralisação seria rediscutida entre a categoria em nova assembleia sindical.
Até o dia 31 de agosto, a tabela com a implantação da incorporação não foi publicada. Na tarde desta quarta (31), a prefeitura convocou uma coletiva de imprensa e reafirmou que, supostamente, não teria recursos para o cumprimento das leis da Educação.
Desde o início da greve, o Simted encaminhou ofícios no sentido de que se "abra as contas" da Educação no município, questionando a aplicação dos recursos da pasta, que apresenta vários indícios de problemas de gestão.
O movimento grevista, segundo o Simted, aguarda o cumprimento dos acordos salariais previstos em lei e uma prestação de contas sobre a gestão dos recursos da Educação em Dourados, cobrando dos vereadores uma fiscalização efetiva para a garantia de um ensino de qualidade e pela valorização dos educadores no município