Por: Flávio Verão - 13/10/2016 08h49
Vai sobrar para a vereadora Délia Razuk, eleita prefeita de Dourados, a missão de controlar o horário de trabalho dos médicos que prestam serviço nos postos de saúde, UPA e Hospital da Vida.
A administração de Murilo Zauith ainda não concluiu o processo de licitação dos relógios de ponto para controlar a frequência dos profissionais da saúde. No valor de R$ 256.116, os equipamentos serão instalados em todas as unidades. A medida atende a um pedido do Ministério Público Estadual (MPE).
Como a fase de licitação caminha de forma lenta, sobrará para Délia o trabalho de organizar a saúde, já que o relógio de ponto está sendo considerado polêmico e pode provocar demissão em massa, principalmente de médicos.
O promotor Eteocles Brito Mendonça Dias Júnior já avisou que o profissional que não cumprir a carga horária de trabalho conforme o contrato, vai responder por improbidade administrativa.
É comum em Dourados médicos e dentistas permanecerem por no máximo duas horas nos postos de saúde e são eles que ditam a hora e saída das unidades.
Atento a este problema, o promotor recomendou em fevereiro deste ano a implantação dos equipamentos nas unidades de saúde de responsabilidade da prefeitura. Ele recebeu muitas denúncias da população que não consegue atendimento no SUS (Sistema Único de Saúde) pela ausência ou atraso de médicos e dentistas.
O secretário de saúde Sebastião Nogueira garante que os equipamentos serão instalados até dezembro. No entanto, a empresa paulista Dimas de Melo Pimenta Sistemas de Ponto e Acesso Ltda, vencedora da licitação, ainda terá que oferecer curso para utilização das máquinas, o que atrasará ainda mais o funcionamento do relógio de ponto.
Enquanto isso, a atual administração ganha tempo para empurrar o projeto para 2017. Há informação que por falta de recursos nem todas as unidades vão receber os equipamentos. Isso porque, para a instalação dos relógios de ponto é preciso mexer no sistema elétrico das unidades, e a prefeitura não tem dinheiro para todo o serviço.
Também para 2017 ficará sob a responsabilidade de Délia Razuk a missão de convocar os 729 aprovados em concurso público. 615 deles já prestaram as provas e passam por demais etapas seletivas. Outros 114 farão as provas no dia 23 de outubro.
Foi o próprio Ministério Público que pediu para a administração de Zauith fazer os concursos sob pena de responder na justiça. Murilo deixou para realizar os certames no final do seu mandato, já que a convocação de concursados provoca impacto financeiro na folha de pagamento da prefeitura.