Gil Esper diz que tem um pré-projeto pronto, avaliado em R$ 593 mil, que apresentou aos parlamentares; Secretaria de Cultura também vai participar de editais do Governo Federal a fim de levantar os recursos, para custear as obras
Gil Esper diz que tem um pré-projeto pronto, avaliado em R$ 593 mil, que apresentou aos parlamentares; Secretaria de Cultura também vai participar de editais do Governo Federal a fim de levantar os recursos, para custear as obras
Por: Hakeito Almeida* - 12/01/2017 06h47
O novo secretário municipal de Cultura, Gil Esper, considera que a prioridade neste início de gestão será trabalhar para a reforma e reestruturação do Teatro Municipal de Dourados.
"Hoje o local se encontra em uma situação quase de abandono. É importante destacar que, além de algumas questões estruturais, ainda será necessário equipar o Teatro, que hoje não conta com praticamente nenhum equipamento de iluminação, sonorização e projeção de vídeo", lamenta.
Gil revela que tem um pré-projeto pronto para atender à classe artística de Dourados, que reclama da falta de manutenção do Teatro. "Já apresentamos [o projeto] a alguns deputados e senadores do Estado. Estamos tentando um recurso via emenda parlamentar para realizar esta tarefa e também vamos participar de editais do governo federal. O projeto tem um valor total de R$ 593.000,00. Sabemos que não é um montante fácil de levantar, mas estamos trabalhando arduamente para isso e não mediremos nenhum esforço para entregar o Teatro Municipal revitalizado e devidamente equipado à nossa população", afirma.
O secretário reforça que, mesmo com o orçamento apertado, a pasta vai utilizar recursos próprios para executar melhorias no prédio do Teatro Municipal. "Entretanto, precisamos de recursos externos para que seja feita a reestruturação necessária", enfatiza.
Ele diz que, entre as inúmeras demandas desta gestão, está a reivindicação de 1% do orçamento para a Cultura que motivou, no segundo semestre do ano passado, uma série de manifestações dos agentes culturais em Dourados.
"Essa é uma questão bastante delicada. O nosso orçamento sofreu um pequeno aumento para 2017, mas ainda está muito longe de chegar ao 1% sonhado por todos nós, artistas, gestores e produtores culturais de Dourados. Os valores destinados ao Fundo Municipal de Investimentos à Produção Artística e Cultural de Dourados (FIP) também continuaram os mesmos", esclarece, lembrando que a mobilização da classe artística é primordial para discussão na Câmara de mudanças no orçamento.
"Para 2017 o orçamento já estava colocado desde antes de nossa entrada na Secretaria, mas para o ano que vem pretendemos batalhar por um aumento mais significativo deste aporte, mas para isso precisamos colocar a casa em ordem e mostrar serviço, criar projetos e apontar que a demanda existe e que temos para fazer muito mais do que o que tem sido feito até agora", complementa.
De acordo com Esper, nesta tarefa de otimizar setores é imprescindível a implementação do Plano Municipal de Cultura. "Está muito bem elaborado, por meio de um grande esforço do nosso Fórum Municipal de Cultura. Trata-se de um plano abrangente, que olha para todos os segmentos artístico-culturais, para as questões locais, como a cultura indígena por exemplo", menciona. Para Gil, os avanços que vêm sendo conquistados devem-se ao empenho dos produtores, artistas e gestores que marcam presenças em reuniões do Fórum Municipal de Cultura.
Entre os desafios da Secretaria Municipal de Cultura, está a remodelação do Núcleo de Arte, Cultura e Esporte (Nace) que oportuniza o acesso gratuito para estudantes da Rede Municipal de Ensino. "É preciso fazer uma reorganização no projeto Nace, para que possamos atingir mais crianças e adolescentes da nossa cidade, fomentando um trabalho efetivo de formação artística e de público que tenha a abrangência que Dourados necessita, além de fomentar outros projetos de formação artística que possam chegar à população mais vulnerá-vel".
Riquezas
Gil frisa que é preciso explorar mais a produção local com sua diversidade de artistas, tradições e festas populares. A agenda cultural na administração de Délia Razuk vem sendo forma-tada com ações e eventos que também possam chegar aos distritos de Dourados.
"Precisamos repensar o nosso calendário, que está restrito, basicamente, à Festa do Peixe, Festa Junina e Dourados Brilha. Neste primeiro momento, estamos enfrentando muitas dificuldades, tanto de organização estrutural da Secretaria, quanto financeira, mas podemos garantir que não mediremos esforços para ampliar significativamente a nossa agenda de eventos. Já estamos trabalhando, em parceria com a Secretaria de Agricultura Familiar e Economia Solidária para criar a Feira Indígena, que terá, além da comercialização da produção nativa, um forte caráter cultural", antecipa, citando a ideia de resgatar o Carnaval, criação de um Festival Municipal de Artes e buscar a parceria da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, para a viabilização de várias ações.
"Temos plena consciência de que nossa cidade tem potencial para muito mais, mas queremos discutir essas demandas com os produtores culturais e com os interessados de maneira geral, para que possamos criar uma agenda que tenha respaldo da população", enfatiza.
*O Progresso