O problema é o deslocamento, já que é preciso trafegar pela MS-156 e BR-163, rodovias de grande fluxo principalmente em horário de ida e volta às aulas
O problema é o deslocamento, já que é preciso trafegar pela MS-156 e BR-163, rodovias de grande fluxo principalmente em horário de ida e volta às aulas
Por: Flávio Verão - 10/02/2017 08h10
Pais de estudantes dos bairros Dioclécio Artuzi e Harrison de Figueiredo estão inseguros com o retorno das aulas na segunda-feira, dia 13. A região conta com pouco mais de duas mil crianças e adolescentes em idade e escolar e como não há escola em nenhum dos locais, os alunos têm que estudar em diferentes regiões da cidade. O problema é o deslocamento, já que é preciso trafegar pela MS-156 e BR-163, rodovias de grande fluxo principalmente em horário de ida e volta às aulas.
Na manhã de ontem um grupo de mães foi até a prefeitura cobrar uma posição sobre o transporte escolar. Até o ano passado o Governo do Estado e a Prefeitura Municipal tinham um convênio exclusivo com o Dioclécio, Harrisson e Jardim Guaicurus, localizado naquela imediação. Dois ônibus atendia apenas os alunos, porém, não está confirmado se continuará este ano.
A informação é a de que os alunos terão que fazer a carteira de estudante e utilizar transporte normal. Quem é do ensino fundamental e irá para escola há mais dois quilômetros de casa, não paga passagem, diferente do ensino médio, com 50% de desconto no passe. O problema, segundo os pais, é que o ônibus para distante das escolas.
"Uma parte dos alunos do Dioclécio e Harrison vão estudar nos bairros Izidro Pedroso, Terra Roxa. A parada mais próxima fica na rua Coronel Ponciano, de grande fluxo de veículos e a seis quadras da escola. Como que os pais vão pôr crianças pequenas no ônibus para sozinhas terem que atravessar ruas de grande tráfego", questiona Lizandra Monteseli.
Ajuda
A Prefeitura já havia comunicado O PROGRESSO que não teria condições financeiras de manter ônibus exclusivo para os bairros o Dioclécio e Harrison. Na reunião de ontem foi decidido que o líder da prefeita Délia Razuk na Câmara, Junior Rodrigues, irá propor audiência pública para discutir o transporte escolar na cidade. Como solução provisória, a prefeitura anunciou que vai designar equipes da Guarda Municipal e Agência de Transporte e Trânsito (Agetran) para garantir a segurança dos estudantes na volta às aulas, especificamente no fator relacionado com a travessia da rodovia MS-156, que divide o Guaicurus, de um lado da via, e o Dioclécio Artuzi e Harrison de Figueiredo, do outro lado.
O secretário Raufi Marques, durante a reunião, anunciou aos moradores a implantação de uma passarela pela MS-156, visando atender à travessia de estudantes. Parte dos alunos do Harrison e Dioclécio estudam no Guaicurus, único bairro com escola na região. A escola é de porte pequeno e não atende a demanda de vagas da região, a que mais cresce em moradias populares. Muitas crianças vão de bicicleta estudar em outros bairros, sendo necessário utilizar a MS-156 e BR-163, um risco diante o grande tráfego de veículos.
Designação
Muitos pais reclamam da designação dos filhos para escolas distantes. É o caso dos filhos de 7, 9 e 10 anos de Verônica de Oliveira. Eles vão para a escola Vilmar Vieira de Matos, no BNH 4º Plano, 6km de distância, e para chegar até lá é preciso utilizar dois transportes público. "Eles são muito pequeno para andar sozinhos de ônibus. Infelizmente não há vaga na escola do Guaicurus para os três", lamenta, dizendo não ter outro meio de levá-los para escola. "Não sei como vai ser".
Já Glaucia Adriana conta que até o ano passado a filha de 14 anos estudava na escola Floriana Lopes, no Izidro Pedroso, mas como passou para o primeiro ano do Ensino Médio, foi designada para a escola Celso Muller do Amaral, imediações do Canaã I, uma distância de pouco mais de 10 km de casa. Ela está indignada com o Governo do Estado que iniciou obras de escola estadual no Harrison há três anos, já era para estar concluída, e a construção segue em ritmo lento. O Ministério Público Estadual (MPE) investiga suposto desvio de recursos na obra.