Eles estão com salário atrasado e sem data para receber. O atendimento aos pacientes se mantém normalmente.
Por: Flávio Verão - 16/02/2017 06h40
Equipe de 63 trabalhadores terceirizados do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD) estão em greve por tempo indeterminado. Eles estão com salário atrasado e sem data para receber. O atendimento aos pacientes se mantém normalmente.
Cícero Amaro da Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Conservação e Anseio de Dourados (Stecad) diz que 30% da categoria, por lei, mantém o atendimento. Os funcionários estão distribuídos entre recepção, setor de telefone, sala de visita, laboratórios, todos cargos administrativos, ou seja, a primeira etapa de atendimento ao paciente antes de encaminhá-lo a equipe de saúde.
Eles são contratados por empresa de São Paulo. "Mandei e-mail e não me responderam e por telefone um atendente alegou que aguarda repasse de recurso do HU", disse o presidente da categoria. A versão do hospital é diferente. A unidade alega que aguarda que a contratada envie documentação obrigatória para que faça a transferência de valores.
A Dimagem assumiu a prestação de serviço no HU-UFGD no dia 23 de dezembro do ano passado. Antes dela estava outra empresa, que permaneceu por nem um ano. "Há troca constante de empresa. Isso faz com que os funcionários não tenham férias", explica Cícero. Maioria dos trabalhadores renovam contrato e alguns estão há mais de uma década na função.
O sindicalista disse que os funcionários estão sem receber o salário referente ao mês de janeiro deste ano e os auxílios alimentação e transporte e também os proporcionais aos nove dias trabalhados em dezembro, após a formalização do contrato.
Ontem pela manhã, em protesto, os funcionários realizaram ato em frente a porta de entrada do setor de internação e disseram que a paralisação será encerrada quando receberem. A maioria dos trabalhadores são mulheres, com filhos, e alegam que não tem dinheiro para pagar aluguel, comprar comida.
Em nota encaminhada à redação do DouradosAgora, a assessoria do HU informou que já realizou notificações à empresa para que envie a documentação obrigatória e realize o mais rapidamente possível todos os pagamentos devidos aos 63 trabalhadores. Representantes do hospital também já conversaram com os funcionários paralisados e explicaram a situação.
Ainda de acordo com o HU-UFGD, o hospital já realizou o repasse para que a empresa pagasse os salários referentes aos nove dias de dezembro e aguarda documentação obrigatória para que faça a transferência de novos valores. São obrigações contratuais que a empresa não cumpriu e que vem emperrando a relação financeira entre as duas partes.
Sobre a constante troca de empresa, o HU explicou que os contratos com terceirizadas, por lei, têm duração de um ano, sendo possível prorrogá-los de 12 em 12 meses, até o prazo máximo de 60 meses. Informou ainda que não houve grande impacto no atendimento prestado aos pacientes.