Por: Flávio Verão - 14/03/2017 15h15
O secretário de Governo Raufi Marques não resistiu e pediu exoneração no final da manhã desta terça-feira (14). Hoje mesmo, antes dele encaminhar carta de demissão a Délia Razuk (PR), o Ministério Público Estadual (MPE) recomendou que a prefeita exonerasse o seu braço direito de uma das mais influentes secretarias municipais. Na semana passada Raufi foi condenado por improbidade administrativa juntamente ao deputado federal e ex-governador Zeca do PT no processo conhecido como "farra da publicidade".
Essa é a terceira baixa do primeiro escalão em pouco mais de dois meses do governo Délia Razuk. O primeiro a sair, também por recomendação do MPE, foi Albino Mendes, da Fundação de Saúde (Funsaud). A secretária de educação Audrey Milan também pediu demissão, mas continua no cargo até que seja encontrado novo substituto.
A assessoria de comunicação da prefeitura confirmou o pedido de exoneração de Raufi, informou que ele descorda do MPE e já recorreu da condenação por improbidade. Ainda não há um nome para substituir o secretário. A saída dele é imediata.
Na semana passada o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, por intermédio da 2ª turma, condenou Zeca do PT e Raufi Marques com penas de ressarcimento ao erário, suspensão de direitos políticos, pagamento de multa civil e proibição de contratar com o poder público e receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário. Raufi era secretário de Zeca quando foi governador do Estado.
O promotor de justiça Ricardo Rottuno foi quem pediu a exoneração de Raufi. A permanência do secretário na prefeitura, para o promotor, viola aos princípios da administração pública como um todo, fere texto expresso da Lei Complementar Municipal n. 203/2012, da ficha limpa, que "disciplina a nomeação para cargos em comissão da Administração Direta ou Indireta do Poder Executivo Municipal".
Mais baixa
A secretária de educação Audrey Milan pediu exoneração semana passada alegando motivos pessoais. Ela teria se sentido desprestigiada no governo após o vereador Idenor Machado (DEM) ser sondado para ocupar a secretaria. Idenor compõe o grupo G-10 de vereadores "independentes" e descartou o convite por pressões internas do próprio grupo. A ida dele à Secretaria faria com que Délia conquistasse a maioria na Câmara. Atualmente, nove parlamentares são da base da prefeita. Ainda não está definido quem ocupará a Educação.
Já Albino Mendes deixou a Funsaud para não responder na justiça por ato de nepotismo. Ele teria nomeado o filho médico na direção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e para escapar de eventual nepotismo pediu demissão, sendo nomeado novamente na prefeitura, no gabinete de Délia. Foi o também promotor Ricardo Rottuno que pediu a exoneração de Albino ou de seu filho, Everton Basílio Pacco Mendes, da prefeitura. Albino, radialista, presidente do PR local e um dos articuladores da campanha de Délia, abandonou o cargo para garantir a permanência do filho na UPA.