23/03/2017 15h21 - Por: Flávio Verão
Nivaldo Manoel dos Santos tinha 33 anos quando começou a perder a visão. Hoje, aos 53, vagamente vê vultos. Ele corre contra o tempo para voltar a enxergar. Agendou consulta em maio num centro clínico particular em São Paulo, mas não tem dinheiro para custear as despesas, dele e da mulher, com a primeira consulta, exames e estadia, orçados em R$ 2,5 mil.
"Tenho consulta agendada para o dia 10 de maio e somente depois de passar por alguns exames é que o médico falará quanto sairá o procedimento para cirurgia e tratamento", explica Nivaldo, aposentado com um salário mínimo.
Desde o ano 2000 a esposa Clarinda Leite dos Santos tem sido muito mais que os olhos de Nivaldo. Quase que diariamente o casal vai ao centro de Dourados vender chocolates, para arrecadar dinheiro para o tratamento.
Nivaldo tem Síndrome de Usher, doença hereditária caracterizada pela deficiência auditiva e perda progressiva da visão. Outros quatro irmãos dele também enfrentam o mesmo problema.
O aposentado praticamente perdeu a visão. A audição é melhor e consegue conversar com qualquer pessoa, desde que fale com ele em tom de voz alto. "Essa cirurgia é a minha esperança, quero voltar a ver o rosto das pessoas, da minha esposa que tanto está ao meu lado", diz Nivaldo.
O tratamento consiste numa terapia baseada em aplicação de células-tronco para regeneração e reparo ocular em indivíduos com tecidos oculares irreversivelmente danificados por doença ou trauma. É indicado para o caso de Nivaldo.
Há quase dois anos ele aguarda na fila do SUS para ser encaminhado para tratamento em São Paulo, um dos únicos estados do País que faz tratamento com células tronco. O aposentado acionou a defensoria pública, que pediu urgência no caso, mas até agora não saiu medida judicial e cumprimento, segundo ele.
"Até três anos atrás não se falava nesse tratamento, até que um médico de Dourados ficou sabendo sobre o procedimento e falou para mim. No entanto, não posso esperar pelo SUS, já que a minha visão está muito baixa e perco a cada dia. Se eu ficar cego cem por cento, não terá mais como recuperar", explica o paciente.
Nivaldo e a esposa Clarinda procuraram o Dourados Agora em busca de ajuda financeira para custear as despesas do tratamento. Nesse primeiro momento os custos ficarão em R$ 2,5 mil. A despesa maior virá depois, com a cirurgia e tratamento. O telefone de contato do casal é o (67) 99690-1217.