Dourados
24/03/2017 16h44 - Por: Da redação
Uma paciente que teve o intestino grosso perfurado em uma cirurgia para retirada de um cisto, em um hospital de Campo Grande, ganhou na Justiça o direito a uma indenização do hospital e do médico por danos morais e estéticos no valor de R$ 30 mil. A decisão da juíza Silvia Eliane Tedardi da Silva, da 2ª Vara Cível, foi divulgada nesta sexta-feira (24) pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
Após passar mal em casa e ir às pressas a um hospital da capital, a mulher foi diagnosticada com um cisto gigante no ovário. Ela foi submetida a cirurgia para retirada do cisto, mas, durante o pós-operatório, tornou a passar mal.
Levada a outro hospital, ela teve que ser operada novamente, pois foi constatado que no primeiro procedimento havia se dado uma perfuração do intestino grosso que o médico anterior não havia percebido.
Em razão do erro médico, a paciente ficou com marcas em seu corpo, tendo inclusive que passar por colostomia que a fez permanecer por quatro meses usando uma bolsa rente ao corpo para saída de suas fezes. Ela, então, ingressou com denúncia junto ao Conselho Regional de Medicina (CRM), mas que foi encerrada sem solução.
Médico e hospital contestaram, alegando inexistência de culpa e de erro médico, vez que se tratava de cirurgia de alta complexidade, sujeita a complicações, em que foram despendidos todos os esforços e cuidados devidos. Mas a juíza Silvia Eliane Tedardi da Silva entendeu que na relação entre a paciente e o hospital deveria ser aplicado o Código de Defesa do Consumidor e que. Independente da existência ou não de culpa por parte do hospital, ele sempre tem responsabilidade por erro de médico integrante de seu corpo clínico.
A magistrada destacou ainda que, conforme perícia realizada, houve erro médico de fato. Embora lesões no intestino sejam relativamente comuns em cirurgias como a que a parte autora passou, justamente por esse motivo o médico deveria ter se preocupado em averiguar a existência de alguma, o que, por sua vez, evitaria as complicações que a paciente teve, bem como a necessidade de novo procedimento cirúrgico.
