21/09/2017 10h45 - Por: Da redação
O líder do Movimento Sem-terra em mato Grosso do Sul, Vanildo Elias, 43 anos, conhecido como Douglas, foi transferido para Penitenciária Estadual de Dourados (PED). Ele é acusado de uma série de crimes ocorrido no município na segunda-feira. Na tentativa de ver o chefe solto, integrantes do MST fizeram protesto na manhã desta quinta-feira (21) em frente de delegacia.
Douglas foi preso ontem em Miranda após tentativa de ocupação de uma fazenda. Diego Ferreira, integrante do MST, disse que a liderança foi pego por jagunços. "Ele apanhou e precisou ser socorrido em unidade de saúde. Depois disso saiu preso, encaminhado para delegacia em Nioaque".
O líder do MST foi transferido para Dourados na noite de ontem e quando os integrantes do MST souberam que ele estava detido em cela do 1º Distrito Policial, realizaram protesto em frente a delegacia. Cerca de 60 pessoas com faixas e cartazes pediam a soltura. No final da manhã Douglas foi transferido para a penitenciária.
O delegado Adilson Stiguivitis diz que Douglas foi preso acusado de incêndio criminoso, incitação ao crime, ameaça, desordem, crime ambiental e está sendo investigado por associação criminosa. Todos os crimes ocorreram na segunda-feira em Dourados, durante cumprimento de mandado de reintegração de posse de uma fazenda reivindicada pelo MST, localizada às margens da BR-463 em Dourados e de propriedade da família do pecuarista José Carlos Bumlai.
Segundo boletim de ocorrência, Douglas teria incitado demais integrantes do MST a descumprir mandado de reintegração. Para dificultar o trabalho policial, foi colocado fogo em vegetação da fazenda, destruindo moradias dos próprios integrantes sem-terra e provocando destruição de aproximadamente 300 hectares de plantações.
Há quase três anos os sem-terra lutam pela permanência na fazenda. Eles montam acampamento, chegam a fazer plantações e em seguida são despejados a pedido da justiça. Não demora e retornam para o local. O grupo reivindica seis fazendas para reforma agrária, duas são de Bumlai. Em Dourados, a propriedade é a São Marcos. A outra é a Santa Inês, em Rio Brilhante. As fazendas entraram para a lista do MST em razão de Bumlai estar envolvido na operação Lava Jato, operação da Polícia Federal.
Já em Miranda o MST almeja a fazenda Salobra, porta de entrada do Pantanal sul-mato-grossense e de propriedade da Associação para Unificação das Famílias e Paz Mundial, da família do norte-coreano, Sun Myung Moon, o reverendo Moon, morto em 2012.
Segundo o delegado Adilson Stiguivitis, a investigação sobre a ocorrência em Miranda continua pela delegacia daquele município. Já em Dourados, conforme o delegado, o líder do MST confirmou durante depoimento que desobedeceu ordem de reintegração de posse.
Notícia editada às 14h04 para correção de informação