Relatório publicado pelo Banco Mundial na quarta-feira (11) indicou que 28 dos 32 países da América Latina e do Caribe terão déficit fiscal em 2017, após seis anos de desaceleração econômica na região
16/10/2017 11h20 - Por ONU
O organismo internacional salienta que "a frágil situação fiscal" resultou em um nível de dívida pública médio para a região de 58,7% do PIB, com seis países superando 80% do PIB — Dominica, Venezuela, Antígua e Barbuda, Belize, Barbados e Jamaica.
Relatório publicado pelo Banco Mundial na quarta-feira (11) indicou que 28 dos 32 países da América Latina e do Caribe terão déficit fiscal em 2017, após seis anos de desaceleração econômica na região.
Segundo o documento, o déficit mediano nos países latino-americanos e caribenhos é de 3,1% do PIB, sendo 6% da América do Sul e 1,5% de México, América Central e Caribe.
O relatório afirma que uma das principais preocupações macroeconômicas da região "provém de uma posição fiscal frágil na maioria dos países, particularmente na América do Sul".
Durante o período 2011-2017, o aumento no déficit fiscal mediano foi de 5,1 pontos percentuais na América do Sul, comparado a um aumento de praticamente zero para México, América Central e Caribe, segundo o Banco Mundial.
O organismo internacional salienta que "a frágil situação fiscal" resultou em um nível de dívida pública médio para a região de 58,7% do PIB, com seis países superando 80% do PIB — Dominica, Venezuela, Antígua e Barbuda, Belize, Barbados e Jamaica.
"Isso poderia afetar, eventualmente, as qualificações creditícias de forma negativa, e, portanto, o custo de endividamento da região, tanto doméstico como externo, em um momento em que as condições financeiras internacionais poderão se restringir", afirmou o Banco Mundial no documento.
Depois de uma desaceleração de seis anos — incluindo uma contração de 1,3% no ano passado —, a expectativa do Banco Mundial é de que a América Latina e o Caribe retome o crescimento em 2017, com prognósticos de um avanço de 1,2% do PIB real da região este ano, e de 2,3% em 2018.
A retomada do crescimento deve-se primordialmente à recuperação da América do Sul, que deve crescer 0,6% este ano e 2,2% no ano que vem, depois de dois anos consecutivos de contração — o PIB real caiu 1,2% em 2015 e 2,9% em 2016.
Na América do Sul, a recuperação será liderada pela Argentina, que deve crescer 2,8% em 2017 e 3% em 2017 (depois de uma contração de 2,2% em 2016).
O Brasil deve voltar a crescer, com um avanço de 0,7% este ano e de 2,3% em 2018, após uma forte queda do PIB por dois anos consecutivos.
No restante da região, o México continuará crescendo acima de 2% (com um incremento esperado do PIB real de 2,2%, tanto em 2017 como em 2018), enquanto o crescimento da América Central e do Caribe se manterá perto de 4% em 2017 e 2018.
Em geral, a expectativa do Banco Mundial é de que os fatores externos que estiveram associados ao crescimento da região (os preços das matérias-primas e o crescimento da China no caso da América do Sul e o crescimento dos Estados Unidos no caso de México, América Central e Caribe) permaneçam estáveis ou mostrem uma leve melhora.
Por outro lado, o aumento gradual das taxas de juros mundiais eventualmente afetará a liquidez global de maneira negativa.
"No entanto, a expectativa é de que o ambiente internacional permaneça neutro para a região no futuro próximo — particularmente se as potenciais políticas protecionistas dos EUA não se materializarem, ao menos no grau que se esperava no início deste ano".
"Isso implica que, no curto prazo, a região terá que contar com suas próprias fontes de crescimento; particularmente, reformas estruturais na previdência, trabalhistas e educacionais, e aumentos no gasto em infraestrutura", disse o documento.
"Infelizmente, as necessidades da região de aumentar o gasto em capital físico e humano provavelmente serão limitadas por recursos fiscais escassos", afirmou o Banco Mundial.