Senado aprova a prática, prevista em projeto de Lei. Texto segue para a análise da Câmara Federal
Senado aprova a prática, prevista em projeto de Lei. Texto segue para a análise da Câmara Federal
24/10/2017 08h18 - DouradosAgora
Considerado a maior descoberta da química moderna, o ozônio vem sendo cada vez mais utilizado como finalidade terapêutica e já é apontado para o tratamento de 236 doenças. O projeto de lei que autoriza a Ozonioterapia como tratamento médico complementar foi aprovado no último dia 18 pelo Senado e o texto segue agora para a Câmara Federal e depois para sanção presidencial.
De acordo com a proposta, poderão ser tratados com ozonioterapia os pacientes que optarem pelo procedimento e que tiverem indicação médica para se submeterem a ele. A ozonioterapia só poderá ser aplicada por meio de equipamento de produção de ozônio medicinal devidamente certificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); e o médico responsável deve informar ao paciente que a ozonioterapia será prescrita como tratamento complementar.
O autor do projeto, senador Valdir Raupp argumenta, na justificativa do projeto, que o método tem baixo custo e elevado grau de eficácia, concorrendo, inclusive, para reduzir os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS). "Colocar os tratamentos complementares em Medicina como opção para os pacientes brasileiros representa um passo decisivo na democratização do direito à saúde e equilíbrio das contas públicas", argumenta o senador em sua justificativa .
Valdir Raup apresenta, na justificativa do projeto , uma série de vantagens da ozonioterapia na perspectiva de universalização do acesso à saúde e combate ao déficit público no setor: redução do custo – em até 90% - de tratamento de doenças crônicas; redução de internações recorrentes; aceleração do processo de reabilitação do paciente; diminuição do número de procedimentos de alta complexidade e do uso de medicamentos de alto custo.
Raupp lembra ainda que a ozonioterapia já é reconhecida pelo sistema de saúde de países como Alemanha, China, Rússia, Cuba, Portugal, Espanha, Grécia e Turquia, além de ser praticada em 32 estados dos Estados Unidos. Os seguros médicos costumam reembolsar esse tratamento complementar na maioria dos países citados.
O ozônio medicinal é sempre uma mistura de ozônio e de oxigênio puro, produzindo por um gerador de ozônio (promove uma descarga elétrica entre 13.000 e 15.000 voltas na moléculas de oxigênio, o que possibilita a agregação dos átomos e a formação do gás de ozônio.
Várias doenças podem ser influenciadas positivamente ou mesmo curadas pelo ozônio. Este é um fator que é confirmado por uma série de investigações e de publicações médicas. De acordo com as pesquisas, a terapia pode curar problemas circulatórios, regeneração e revitalização das células, doenças oculares, doenças malignas (câncer), lesões de pele e micoses, feridas infectadas, doenças intestinais, doenças virais – herpes simples, Herpes zoster, processos Inflamatórios do fígado, condições inflamatórias comuns e degenerativas e Condições de artrites e poliartrite crônicas.
O ozônio medicinal apresenta capacidade de elevar o aporte de oxigênio para todas as células que compõem o organismo, aumentando, conseqüentemente, a oxigenação e a respiração celular, tornando mais fácil a circulação do sangue, mesmo através de vasos estenosados (pois é um vasodilatador). Deste modo, esta terapia exibe efeitos satisfatórios no tratamento de problemas arteriais, como a insuficiência vascular periférica e acidentes vasculares encefálicos do tipo isquêmicos. Além dessa função, apresenta efeitos bactericida, fungicida e de inativação viral.
Apesar dos benefícios, o método não está validado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Segundo a assessoria da entidade, a técnica só pode ser usada de maneira experimental no país.
Descoberta
Foi durante a Primeira Guerra Mundial que o médico alemão Christian Friedrich Schonbrin disseminou o uso desta terapia para tratar as lesões de soldados, alcançando resultados positivos.No ano de 1915, outro médico alemão, Albert Wolf publicou um livro que falava a respeito do uso medicinal do ozônio e durante mais de 50 anos, a ozonioterapia limitou-se, praticamente, à Alemanha e à Áustria. Foi apenas a partir da década de 80 que a mesma propagou-se para outros países.