03/04/2018 17h57 - Por: Elvio Lopes
Os cerca de 40 índios das comunidades indígenas de Dois Irmãos do Buriti e de Sidrolândia, que ocuparam na manhã de segunda-feira a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Campo Grande, deixaram o prédio por volta de 21h da mesma data, depois de mais de 25 horas de ocupação e prometeram "parar o Estado" se suas reivindicações não forem atendidas pelos dirigentes nacionais do órgão, em Brasília.
O expediente, na manhã de hoje, começou normal, depois que o coordenador adjunto da Regional da Funai na Capital, Rodrigo Gomes, abriu o prédio, acionou os profissionais de limpeza que organizaram o espaço interno e iniciou os trabalhos.
No início da manhã, uma equipe da Polícia Federal, sob a coordenação do delegado Marcelo Botelho, acompanhado do procurador da República Emerson Kalife Siqueira, do Ministério Público Federal, esteve no prédio da Funai, porém, os índios já haviam saído da sede, onde também deixaram um bilhete prometendo novos protestos se não forem atendidos com a demissão do coordenador regional para Campo Grande, Paulo Rios Júnior.
O bilhete, escrito à mão, tinha como mensagem "A luta não acabou. Vamos continuar mobilizados, agora vamos parar o Estado. Em breve estaremos de volta" e com a assinatura de "lideranças indígenas". No mês passado, um grupo de indígenas havia fechado a BR-163, na saída para Cuiabá, em protesto também pela falta de atendimento de suas reivindicações pela Funai em Brasília e que deixou o tráfego com congestionamento de mais de 10 quilômetros.
Diante da ausência dos índios que ocuparam a Funai, os policiais federais e o procurador apenas ouviram o coordenador adjunto e alguns funcionários e deixaram o prédio. O delegado Botelho afirmou que a PF vai investigar a denúncia do coordenador Paulo Rios, de agressão durante o início da ocupação, mas que com a fim da invasão, a situação foi normalizada na sede da Funai.
Já o procurador Emerson Kalife, explicou que, na segunda-feira, estava em reunião durante todo o dia e que havia conversado com as lideranças por telefone e informou que já existe um inquérito na Procuradoria da República para apurar as denúncias formuladas pelas comunidades indígenas.