Mesmo com o aumento, o resultado acumulado nos primeiros cinco meses do ano ficou em 1,33%, o menor para o período desde a implantação do Plano Real, em 1994
10/06/2018 10h01 - Por Agência Brasil
Pressionada pela alta dos combustíveis, principalmente a gasolina, e da energia elétrica, a inflação - medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - fechou maio com alta de 0,40%, praticamente dobrando em relação ao apurado na alta de abril: 0,22%.
Mesmo com o aumento, o resultado acumulado nos primeiros cinco meses do ano ficou em 1,33%, o menor para o período desde a implantação do Plano Real, em 1994.
Greve de caminhoneiros provoca fila para abastecimento de combustível em posto de gasolina no Rio de Janeiro.
Os dados foram divulgados, no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicam que a inflação acumulada nos últimos 12 meses subiu para 2,86% contra 2,76% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio do ano passado, a alta foi de 0,31%.
O IPCA é a inflação oficial do país e serve de balizamento para o plano de metas fixado pelo Banco Central. O indicador acumulado em 12 meses continua abaixo da meta fixada pelo BC: 3%.
A maior contribuição para a alta da inflação em maio, segundo o IBGE, veio do grupo habitação, em decorrência da pressão exercida pela energia elétrica.
O grupo, que havia variado 0,17% em abril, fechou maio com alta de 0,83% - expansão de 0,66 ponto percentual e uma contribuição de 0,13 ponto percentual para o IPCA do mês.
Isoladamente, a energia elétrica subiu 3,53% após a entrada em vigor da bandeira amarela e dos reajustes em sete capitais, chegando a 18,53% em Belo Horizonte e a 16,95% em Salvador.
O gerente da pesquisa do IBGE, Fernando Gonçalves, disse, no entanto, que, embora tenha tido o maior reajuste, o impacto da alta de Belo Horizonte ainda não foi sentido porque os novos preços começaram a valer em 28 de maio, ou seja, perto do fim do período da pesquisa.
Os maiores impactos individuais, para cima e para baixo, foram registrados na gasolina (alta de 3,34%) e nas passagens, neste caso uma deflação (inflação negativa) de 14,71%. O óleo diesel subiu 6,16% e, junto com a gasolina, reflete os aumentos de preços nas refinarias.
No caso do diesel, o IBGE informou que, com a greve dos caminhoneiros e o desconto de 10% no preço do diesel a partir do dia 24 de maio, o último período da coleta registrou preços menores. O etanol manteve a queda de abril (-2,73%), com os preços em média 2,8% mais baratos.
O grupo alimentação e bebidas apresentou elevação de 0,32% em maio. Tanto os alimentos para consumo no domicílio (0,36%) quanto a alimentação fora (0,26%) tiveram aceleração de preços em maio.
Em maio, o grupo dos transportes subiu 0,4%, de um lado pressionado pela gasolina, que, com a alta de 3,34%, contribuiu com 0,15 ponto percentual para a taxa global. Já o óleo diesel teve alta de 6,16% e contribuição de 0,01 ponto percentual.
O etanol, que em abril acusou queda de 2,73%, permaneceu na mesma trajetória com os preços, em média, 2,8% mais baratos e com -0,03 ponto percentual de impacto.
O IBGE informou que, até abril, o Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC) abrangia as Regiões Metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, além de Brasília, Goiânia e Campo Grande.
Agora, já a partir de maio, passou a incorporar também Rio Branco, São Luís e Aracaju. O maior índice de inflação regional ficou com Salvador (alta foi de 1,11% em virtude da variação de 18,45% na energia elétrica), e o menor em Brasília (alta de 0,15% por causa da queda de 13,91% nas passagens aéreas).
O IPCA se refere às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange 10 regiões metropolitanas, além de Aracaju, Brasília, Campo Grande, Goiânia, Rio Branco e São Luís.