Dourados
Evento acontece nos próximos dias 25, 26 e 27 e com a finalidade de custear novos cursos para as reeducandas
22/06/2018 06h58 - Por: Valéria Araújo
O Semiaberto Feminino em parceria com a 3ª Vara Criminal realizam exposição com mais de 200 peças nos próximos dias 25, 26 e 27 no saguão do Fórum de Dourados. São trabalhos produzidos pelas reeducandas como bijuterias, bonecas em tecido, trabalho em MDF, peças cerâmicas, tapetes em crochê, confecção de perucas, plantas medicinais e ornamentais e chinelos em pelúcia, uma novidade preparada pelas reeducandas especialmente para a exposição.
A diretora do Semiaberto Luzia Aparecida Ferreira, explica que os custos das peças vão de R$ 5 a R$ 135. Todo valor arrecadado é aplicado no aprendizado das reeducandas com novos cursos. Com uma profissão definida e voltada para o que elas melhor sabem fazer, as internas têm a certeza de que uma vida nova as espera quando deixarem a instituição. Com os cursos oferecidos, elas aprendem de tudo e "pintam e bordam" literalmente.
Dentre as plantas medicinais a serem oferecidas estão: alecrim, poejo, hortelã, manjerona, flor do Amazonas, Erva Cidreira, Penicilina, Manjerona, Hortelã, Babosa, Arruda, Erva Santa Maria, Boldo Chileno, Gengibre, Sálvia, entre outros.
As bonecas de pano são ornamentais e funcionais com opção de porta guardanapo e colher, por exemplo. Também chamam a atenção as bijuterias personalizadas para a Copa do Mundo, e com opções em pedrarias e madeira.
As verduras da horta 100% orgânica também estarão disponíveis para a venda, como couve, cheiro verde, almeirão, entre outros.
Modelo para o Brasil
O Semiaberto de Dourados tem 62 reeducandas nos regimes aberto, semiaberto e fechado. A cada três meses que se dedicam ao trabalho ganham 1 mês de remissão da pena. A instituição é modelo de ressocialização, tanto que já foi sondado para ser apresentado ao país. A diretora da unidade atribui esse sucesso, aos servidores da Agepen e a parceria da 3º Vara Criminal de Dourados, por meio do juiz corregedor Cesar de Souza Lima, que tem custeado cursos e matéria-prima para que as reeducandas possam aprender, além de buscar parcerias para vagas de emprego nas empresas.
Esse apoio volta em benefício da sociedade porque, além de contribuir para a formação de cidadãs conscientes, elas também se dedicam por aqueles que precisam. No local são confeccionadas dezenas de perucas com cabelo humano doado. Sem ganhar nenhum centavo nesse trabalho elas produzem as perucas com todo o carinho para uma finalidade nobre: doar a pacientes de câncer. A ação, segundo as reeducandas, é uma forma de retribuir a confiança que a sociedade deposita nelas, por meio da compra de seus produtos e pelas oportunidades de emprego, que resultam numa vida melhor para todos. "Esse Dia das Mães para mim é mais do que especial. Diferente de quando eu estava num presídio, hoje tenho um motivo para voltar a sonhar com uma vida nova daqui pra frente", diz a reeducanda Danieli Ribas Soares Nunes.
