Conselho Institucional de Segurança (COISED) alerta para as dificuldades na conclusão de investigações
28/06/2018 07h11 - Por: Valéria Araújo
A Polícia Civil de Dourados tem um déficit de nove delegados, 12 investigadores e nove escrivães. A constatação é do Conselho Institucional de Segurança Pública de Dourados (Coised), que tem mobilizado a classe política de Dourados em torno dos problemas da segurança pública, que tem esgotado a capacidade de atuação das forças policiais.
De acordo com o Conselho, encontra-se em fase final o curso de formação para o provimento de cargos de delegado de Polícia, sendo que a expectativa é de que os novos servidores serão lotados em diversos municípios do Estado, já no mês de julho, razão pela qual se revela urgente a intervenção da classe política para que a cidade de Dourados seja contemplada com o aumento real em seu efetivo atual. De acordo com o Conselho, encontra-se em aberto o concurso de remoção de delegados dentro do Estado de Mato Grosso do Sul, cujo certame antecede as designações dos novos delegados. "Havendo a remoção de servidores que já estão em Dourados para a cidade de Campo Grande, que haja também a reposição desses servidores, independente do ganho real dos oito delegados", recomenda o Coised.
De acordo com o Conselho, a cidade de Dourados sofreu a diminuição de 8 delegados de Polícia no período de dezembro de 2014 para cá, quando naquela época o déficit já era de 4 profissionais. Essa situação, segundo o Conselho, vem impedindo a consecução adequada dos trabalhos, a conclusão das investigações, a solução de crimes e sobrecarregando, indevidamente, os delegados que continuam aqui atuando.
Conforme ainda o Coised, é urgente a necessidade da implantação definitiva da Delegacia de Pronto Atendimento de Dourados – DEPAC – nos moldes das duas Unidades existentes de Campo Grande, com corpo próprio de funcionários, incluindo os delegados. As demandas de ocorrências das delegacias de Campo Grande se assemelham à de Dourados, todavia, as unidades da capital possuem funcionários exclusivos, ao passo que a de Dourados se utiliza de delegados lotados nas delegacias distritais e de outras delegacias da cidade, causando prejuízo às tramitações de procedimentos investigatórios, em razão justamente desse acúmulo de atividade, razão pela qual tal situação reduz a permanência desses profissionais em suas unidades de origem.
Para o Conselho, jamais a cidade de Dourados se viu numa situação tão desproporcional no número de delegados em relação à sua população, que vem tendo crescimento exponencial nos últimos anos, haja vista tratar-se de cidade universitária, possuindo a maior penitenciária do Estado e também recebendo a instalação de diversas indústrias.
O conselho ressalta ainda que tramita o concurso público para os cargos de Escrivães de Polícia Judiciária e Investigadores de Polícia Judiciária, com previsão de lotação para o final de ano de 2018 ou início do ano de 2019.
"É importante que sejam lotados em Dourados 12 (doze) investigadores de polícia judiciária e 9 (nove) escrivães de polícia para serem distribuídos nas quatro unidades (delegacias) de atividade-fim, repondo-se servidores que foram removidos ou que pediram exoneração", destaca o Conselho.