24/07/2018 07h20 - Por: Elvio Lopes
O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), deflagrou, no início da manhã de ontem, a Operação Mudra, uma nova ação contra as investidas do Primeiro Comando da Capital (PCC) no aumento dos crimes praticados no Estado e com ordens de assaltos, roubos e execuções sumárias do "tribunal do crime". As ações foram desenvolvidas em Dourados, Nova Andradina, Campo Grande, Caarapó, Terenos e em Porecatu, no Paraná.
Segundo a assessoria do MPMS, o Gaeco deflagrou a operação em trabalho conjunta com a 3ª Promotoria de Justiça e Polícia Civil de Nova Andradina; Polícia Militar de Dourados e Nova Andradina; da 3ª Cia Independente de Polícia Militar e da Agência de Inteligência da PM de Dourados, para cumprimento de seis mandados de prisão preventiva e 18 mandados de busca e apreensão, executadas nas cidades alvos da nova ação policial de combate ao crime organizado.
Os mandados, segundo o Gaeco, foram expedidos pela Justiça em decorrência das provas colhidas em investigações desenvolvidas pelo grupo especializado do MPMS e pela Polícia Civil, que demonstram a atuação criminosa do PCC mediante ordens dadas pelos seus líderes de dentro de presídios de segurança máxima do Estado de Mato Grosso do Sul, eque foram executadas por membros da facção criminosa que se encontram em liberdade.
Acusados de praticarem crimes ordenados pelos líderes presos, a Operação Mudra realizou em Nova Andradina até o meio-dia de ontem, por meio da 3ª Promotoria de Justiça, o cumprimento de seis mandados de prisão, dos quais três de investigados que já estavam presos e de outros três que se encontravam em liberdade e de duas prisões em flagrante, totalizando oito prisões, uma das quais de um empresário de Nova Andradina.
Ainda durante a ação no interior, os integrantes da operação efetuaram a apreensão de uma espingarda de pressão transformada para atirar com munição calibre 22, drogas, balança da precisão, documentos, telefones celulares e dinheiro, em poder dos investigados.
Os investigados, atendendo às determinações das lideranças da organização criminosa, que vem desenvolvendo ações voltadas ao seu fortalecimento e domínio dos presídios e das áreas de interesse para o tráfico de drogas, um dos meios de obtenção de meios para seu autofinanciamento, ao lado da prática de crimes contra o patrimônio, especialmente de roubos, vinham cumprindo essas determinações, praticando os delitos em várias cidades do Estado, notadamente em Campo Grande e Dourados.
Os "soldados" do PCC, como também comprovaram as investigações do Gaeco e dos órgãos de segurança parceiros, participaram de julgamentos pelo "tribunal do crime", resultando em execuções sumárias, com requintes de crueldade de pessoas que apontavam como de grupos rivais ou que contrariavam as determinações da organização criminosa em Mato Grosso do Sul e no Paraná.
DENOMINAÇÃO
De acordo com a assessoria do MPMS, a denominação mudra, da operação deflagrada ontem é originária de gestos simbólicos feitos com as mãos, usados em atividades religiosas e de meditação e, no caso em investigação, pelos integrantes da organização criminosa para se comunicarem entre si, sem despertar suspeitas.