UFMS suspende 8 cursos de graduação por baixa freqüência de acadêmicos

Reunião de votação do Conselho Universitário da instituição foi realizada na tarde de ontem e aprovou decisões do Conselho de Graduação

21/09/2018 06h34 - Por: Elvio Lopes

O Conselho Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) realizou, na ontem sessão ordinária para votar as decisões do Conselho de Graduação (Cograd) da instituição, que determina a suspensão de cursos nos campus de Campo Grande, Aquidauana, Coxim, Nova Andradina e Três Lagoas e manutenção do curso de Ciência da Computação em Ponta Porã, que foram aprovados por maioria dos conselheiros presentes à reunião, que contou com discussões apresentadas por conselheiros, diretores e acadêmicos do movimento estudantil. Todas as votações foram de acordo com as decisões do Cograd.

A reunião foi conduzida pelo presidente do Conselho Universitário e reitor da UFMS, Marcelo Turine e acompanhada pela vice-reitora Camila Itavo e contou com a participação de 62 conselheiros, representantes dos docentes e discentes e dos diretores de cursos da instituição, da Capital e do interior.

Foram aprovadas as decisões do Cograd de manter o curso de Ciências da Computação da unidade de Ponta Porã e as suspensões dos cursos de Gestão Financeira do campus de Nova Andradina; Licenciatura em Letras dos campus de Aquidauana e Três Lagoas; bacharelado em Turismo, do campus de Aquidauana; História, do campus de Coxim e os cursos de Eletrotécnica Industrial, Construção de Edifícios e Saneamento Ambiental, da Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia (Faenge), do campus da Capital.

A conselheira universitária e representante da Associação dos Servidores da Fundação Universidade Federal do MS (Adufems), Mariuza Guimarães, disse pouco antes da sessão de votação, que o que surpreendeu a comunidade acadêmica é que as suspensões foram definidas sem que houvesse um debate com a classe acadêmica e qual o impacto que a suspensão de um curso, como o de História, do campus de Coxim, por exemplo, poderia gerar na comunidade, visto que é o único de formação de professores nessa área na região norte do Estado. Ela também apresentou argumentações durante a sessão e votou contra as decisões do Cograd.

A vice-reitora Camila Itavo solicitou uma pausa durante a sessão para apresentar algumas considerações, afirmando que suspender os cursos não resultará, necessariamente, na extinção dos mesmos, salvo em algumas situações e que, antes das decisões do Cograd, foram analisados 23 cursos, dos quais nove que foram selecionados nove para suspensão, quatro para mudança de turnos, seis para mudanças de vaga e cinco com outras medidas. "Estamos pensando na universidade, no coletivo, não é como está sendo colocado em algumas situações, porque os cursos não estão sendo extintos, somente uma pausa para análise", afirmou.

O reitor Marcelo Turine, presidente do Conselho Universitário, conduziu a votação, destacando que os conselheiros deveriam votar pela manutenção das decisões adotadas pelo Cograd, que analisou situações quantitativas muito baixas no desempenho da maioria dos cursos objetos da suspensão e que a universidade se preocupa em manter a qualidade e a função social de atender a sociedade. "Estamos preocupados com a nossa universidade, que devemos manter para atender a sociedade", afirmou.

Muitos dos conselheiros se manifestaram durante a sessão e destacaram a importância de, em novas situações que podem resultar na suspensão, ou modificações em cursos da instituição, poderia se abrir uma discussão com a classe acadêmica, para que não pairem dúvidas sobre as decisões e que elas sejam tomadas de forma democrática.