25/04/2019 06h50 - Por: Da redação
Redução no número de mortes, infecção zero e mais segurança para o paciente. Esses são resultados obtidos por parte dos hospitais da Rede Ebserh que integram o projeto colaborativo "Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil", desenvolvido pelo Ministério da Saúde (MS). Dezesseis unidades hospitalares da Rede Ebserh, que é vinculada ao Ministério da Educação (MEC), participam da ação, que tem como meta reduzir as principais infecções relacionadas à assistência à saúde, por meio de novos hábitos e cuidados nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) dos hospitais.
O Hospital Universitário de Dourados (HU-UFGD), por exemplo, zerou a taxa de Infecção do Trato Urinário (ITU) relacionado a sonda vesical de demora (tipo de cateter inserido da uretra até a bexiga, com o objetivo de drenar a urina). Mais um exemplo é a Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac-UFC) que, há seis meses não registra nenhum caso desse mesmo tipo de infecção em sua UTI. Já o Hospital das Clínicas da UFMG reduziu em 44% as mortes associadas a infecções relacionadas à assistência à saúde.
A dona de casa Maria de Jesus, 58 anos, é uma das pacientes que se beneficiaram com os resultados positivos da ação na Rede Ebserh, ao ser internada na UTI do Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB) com problemas respiratórios. "Cheguei aqui mal, mas Deus usou os médicos para me dar os remédios que eu precisava. Todos são muito cuidadosos e carinhosos e hoje estou bem melhor", avalia. O bom atendimento à Maria de Jesus é resultado de uma série de ações de melhoria da assistência na Rede Ebserh, incluindo o projeto do MS.
De acordo com as estatísticas do Ministério da Saúde, em quase um ano e meio foram evitadas 1.715 infecções em todos os 119 hospitais públicos que integram o programa no país, incluindo as unidades da Rede Ebserh. Isso representa aproximadamente 500 vidas que puderam ser salvas no período. Ainda de acordo com o MS, até 2020, a expectativa é salvar 8,5 mil vidas e economizar R$ 1,2 bilhão, ao evitar desperdícios causados pela manutenção prolongada de pacientes que sofrem com infecções hospitalares dentro de UTIs nos hospitais que participam do projeto.
Segundo coordenador de Gestão Clínica da Rede Ebserh, Ricardo Malaguti, outras unidades da Rede Ebserh também desenvolvem diversos projetos de melhoria da assistência e já apresentam resultados positivos. "Estamos implantando um modelo de gestão da atenção à saúde que se constitui de uma série de ferramentas (tecnologias de microgestão) e estratégias para melhorar a assistência, como a cogestão, as linhas de cuidado [modelo que articula recursos, práticas e integra profissionais para maior êxito na assistência], um painel de indicadores da assistência, o método Kanban [tipo de cartão de sinalização que controla a permanência de pacientes e alerta sobre prazos prolongados para promoção das melhorias necessárias], a humanização, além de outras", enumera.
O projeto "Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil" é realizado em parceria com os cinco hospitais de excelência que participam do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS) no MS: Sírio-Libanês (SP), Israelita Albert Einstein (SP), Alemão Oswaldo Cruz (SP), Hospital do Coração (SP) e Moinhos de Vento (RS).
Sobre a Rede Hospitalar Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) administra atualmente 40 hospitais universitários federais, impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas por atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, por apoiar a formação de novos profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a sua natureza educacional, a Rede Hospitalar Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.