Estima-se que 600 milhões de pessoas adoeçam anualmente ao comer alimentos contaminados por bactérias, vírus, toxinas ou produtos químicos — dessas, 420 mil morrem
15/06/2019 07h27 - Por ONU
Sem acesso universal a alimentos seguros, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável não poderá ser cumprida.
Estima-se que 600 milhões de pessoas adoeçam anualmente ao comer alimentos contaminados por bactérias, vírus, toxinas ou produtos químicos — dessas, 420 mil morrem.
No Dia Mundial da Segurança dos Alimentos, celebrado em 7 de junho, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) destacou o papel crucial da segurança alimentar na promoção da saúde e na erradicação da fome.
O objetivo foi chamar a atenção e inspirar ações para ajudar a prevenir, detectar e gerenciar alimentos de risco, contribuindo assim para a segurança alimentar, a saúde humana, a prosperidade econômica, a agricultura, o acesso a mercados, o turismo e o desenvolvimento sustentável.
Os governos nacionais são essenciais para garantir que a comida seja segura e nutritiva para todos. E eles têm boas razões para isso – segundo o Banco Mundial, os alimentos inseguros custam às economias de baixa e média renda cerca de 95 bilhões de dólares em produtividade perdida anualmente.
Para ajudar a diminuir esse número, os formuladores de políticas podem promover sistemas agrícolas e alimentares sustentáveis, fomentando a colaboração entre saúde pública, saúde animal, agricultura e outros setores.
Os países também podem cumprir os padrões internacionais estabelecidos pela Comissão do Codex Alimentarius.
Para garantir um suprimento suficiente de alimentos seguros em nível global e, ao mesmo tempo, minimizar seu impacto ambiental e adaptá-los às mudanças climáticas, os produtores de alimentos precisam adotar boas práticas.
À medida que os sistemas de produção de alimentos se transformam e se adaptam às mudanças de condições, os agricultores devem considerar, cuidadosamente, as formas ideais de abordar os riscos potenciais e garantir que os alimentos sejam seguros.
Integrar a saúde de plantas e animais, por exemplo, pode ajudar a desestimular a resistência antimicrobiana e reduzir o número de 700 mil pessoas em todo o mundo que morrem de infecções resistentes a antimicrobianos a cada ano.
Para os operadores de negócios, os controles preventivos podem resolver a maioria dos problemas de inocuidade alimentar.
Todos os envolvidos em operações de alimentos – do processamento ao varejo – devem garantir a conformidade com programas como o HACCP, um sistema que identifica, avalia e controla riscos significativos para a segurança dos alimentos.
Além de reduzir a possibilidade de doenças, boas práticas de processamento, armazenamento e preservação também podem reduzir as perdas pós-colheita e ajudar os alimentos a reter seu valor nutricional – além de ajudar as empresas a maximizar sua participação no comércio global de alimentos de 1,6 trilhão de dólares.
Os consumidores têm o poder de exigir alimentos seguros e saudáveis. Dada a complexidade da inocuidade alimentar, os consumidores precisam ter acesso a informações oportunas, claras e confiáveis sobre os riscos nutricionais e de doenças associados às suas escolhas alimentares.
Os investimentos em educar os consumidores sobre segurança alimentar têm o potencial de reduzir doenças transmitidas por alimentos e gerar economias de até 10 vezes cada 1 dólar investido.
Os consumidores precisam ter autonomia para fazer escolhas alimentares saudáveis e apoiar sistemas alimentares sustentáveis para o planeta.
A segurança alimentar é uma responsabilidade compartilhada. Governos, órgãos econômicos regionais, organizações das Nações Unidas, agências de desenvolvimento, organizações comerciais, grupos de consumidores e produtores, instituições acadêmicas e de pesquisa e entidades do setor privado devem trabalhar juntos em questões que nos afetam.
A colaboração é necessária globalmente, regionalmente e localmente – em todos os setores dentro de um governo – para combater epidemias de doenças transmitidas por alimentos.
Em última análise, alimentos seguros são essenciais não apenas para melhorar a saúde e a inocuidade alimentar, mas também para a subsistência, o desenvolvimento econômico, o comércio e a reputação internacional de todos os países.
As doenças transmitidas por alimentos impedem o desenvolvimento socioeconômico, sobrecarregando os sistemas de saúde e prejudicando as economias nacionais, o turismo e o comércio.